O ministro das
Comunicações, Juscelino Filho, entregou o cargo, após ter sido denunciado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostos desvios em emendas
parlamentares quando ele era deputado federal.
Ele estava no governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do mandato, em janeiro de
2023. De acordo com a Secretaria de Imprensa da Presidência da República, o
presidente ligou para Juscelino Filho e solicitou que o ministro pedisse sua demissão,
para poder realizar sua ampla defesa fora do governo.
Em carta aberta o agora
ex-ministro disse que pediu exoneração para preservar o projeto do governo
federal e se concentrar em sua própria defesa.
"A decisão de sair
agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me
dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há
de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente
nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para
que isso fique claro. A justiça virá!", escreveu.
A acusação formal foi
apresentada na semana passada ao ministro Flávio Dino, relator das
investigações sobre o caso no Supremo. O processo corre sob sigilo.
Após a PGR enviar a
denúncia, o ministro Flávio Dino deve enviar o caso para a Primeira Turma, para
que seja decidido se a acusação merece se tornar uma ação penal, o que tornaria
Juscelino Filho réu no Supremo.
Se uma ação penal for
aberta, tem início uma nova fase de instrução processual, com a oitiva de
testemunhas e a possível produção de novas provas. Não há prazo definido para o
julgamento final do caso, em que Juscelino Filho poderá ser condenado ou
absolvido.
Ainda em sua carta aberta, Juscelino Filho, que é filiado ao União Brasil e tem mandato de deputado federal pelo Maranhão, afirmou que voltará à Câmara dos Deputados. Ele aproveitou para fazer um breve balanço de sua gestão à frente da pasta.
"Saio do Ministério
com a cabeça erguida e o sentimento de dever cumprido. O Brasil está em outro
patamar. Estamos levando banda larga a 138 mil escolas, destravamos o Fust
[Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações] - que estava parado
há mais de duas décadas - para investimento de mais de R$ 3 bilhões em projetos
de inclusão digital, entregamos mais de 56 mil computadores em comunidades
carentes, estamos conectando a Amazônia com 12 mil km de fibra óptica submersa
e deixamos pronta a TV 3.0, que vai revolucionar a televisão aberta no
país", destacou.
0 comentários:
Postar um comentário