Arthur Lira é confirmado como relator da proposta que prevê isenção do IR


Vladimir Chaves



O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), anunciou  os nomes dos parlamentares que irão compor a comissão especial responsável pela análise do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil.

O deputado Arthur Lira (PP/AL) será o relator, enquanto Rubens Pereira Jr. (PT/MA) presidirá a comissão. As indicações já eram esperadas, principalmente a de Lira, que retoma o protagonismo na Câmara após deixar a presidência da Casa.

O anúncio também encerra as especulações sobre uma possível participação de Lira no governo federal. O deputado alagoano chegou a ser cogitado para ocupar ministérios estratégicos, como Saúde e Agricultura, mas a decisão de colocá-lo na relatoria pode ter sido articulada durante a viagem oficial de Lula ao Japão, que contou com a presença de Lira e Motta.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT/AP), minimizou eventuais dificuldades na tramitação da proposta com Lira na relatoria. “Creio que não teremos dificuldade em dialogar com ele”, afirmou.

A base do governo vê a escolha com bons olhos, pois Lira é conhecido por cumprir acordos e tende a manter o texto original, realizando apenas ajustes pontuais. No entanto, ele costuma negociar apoio com pedidos de cargos e emendas, o que pode dificultar a articulação do Palácio do Planalto, especialmente diante do cenário de queda na popularidade de Lula.

A decisão de Hugo Motta também é interpretada como um gesto de gratidão a Lira, que foi peça-chave na sua eleição à presidência da Câmara. Outros nomes cotados para a relatoria eram Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Compensação do IR

Poucos minutos após o anúncio de Lira como relator, o PP apresentou uma proposta alternativa à do governo para compensar a perda de arrecadação estimada em R$ 25,8 bilhões ao ano com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.

 

A proposta do Executivo previa que essa compensação viria da taxação progressiva sobre rendas acima de R$ 600 mil anuais. No entanto, o PP sugeriu outras fontes de arrecadação, defendendo que o modelo do governo prejudica profissionais liberais e pequenos empresários.

Impacto político

Por tramitar em regime de urgência, o projeto pode travar a pauta de votações da Câmara a partir de 3 de maio, caso não seja apreciado a tempo.

A relatoria de Lira e a proposta alternativa do PP indicam que o governo enfrentará negociações complexas para aprovar o projeto sem modificações significativas.

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