O Banco Central (BC)
reduziu a estimativa de crescimento do país de 2,1% para 1,9% em 2025. Dado
sobre a projeção do Produto Interno Bruto (PIB - a soma dos bens e serviços
produzidos no país) consta do relatório de política monetária do primeiro
trimestre, divulgado pela autoridade monetária nesta quinta-feira (27). Segundo
o BC, a projeção de inflação para o ano cai para 5,01%, ainda fora do intervalo
da meta.
“O PIB cresceu fortemente
em 2024, 3,4%, mas desacelerou mais que o esperado no quarto trimestre, ao
crescer 0,2%. A desaceleração foi mais nítida nos setores mais sensíveis ao
ciclo econômico, no consumo das famílias e na formação bruta de capital fixo. Nesse
contexto, a projeção para o crescimento do PIB em 2025 foi revisada para baixo,
de 2,1% para 1,9%, com maior redução na expectativa dos componentes mais
cíclicos”, diz o relatório.
Na avaliação do BC, a
economia aquecida favorece a alta da inflação, dificultando a convergência para
a meta. A inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em
fevereiro.
A meta de inflação
definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, podendo variar 1,5%
para mais ou para menos. O documento diz que as projeções de inflação se
mantiveram acima da meta, tornando a “convergência para a meta desafiadora”.
“Nas projeções do cenário
de referência, a inflação continua acima do limite do intervalo de tolerância
ao longo de 2025, começando a cair a partir do quarto trimestre, mas ainda
permanecendo acima da meta. Nesse cenário, a inflação acumulada em quatro
trimestres fica na faixa de 5,5%-5,6% nos três primeiros trimestres de 2025,
cai para 5,1% no final do ano, 3,7% em 2026 e 3,1% no último período
considerado, referente ao terceiro trimestre de 2027”, afirma o BC.
O documento diz ainda que a projeção de inflação para 2025 aumentou 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao relatório anterior, especialmente nas projeções relacionadas aos preços livres. Em relação aos preços administrados, a projeção é de redução.
“Os efeitos dos aumentos
das expectativas de inflação e da inércia decorrente das surpresas
inflacionárias e da revisão das projeções de curto prazo pressionaram as
projeções para cima, enquanto a subida da taxa de juros real, a apreciação
cambial e a queda do preço do petróleo contribuíram para baixo”, diz o
relatório.
Na avaliação da autoridade
monetária, a conjuntura e a política econômica nos Estados Unidos, em
particular a incerteza acerca da sua política comercial, colocam mais dúvidas sobre
os ritmos de desaceleração da atividade econômica e da desinflação, com
impactos na postura do Banco Central norte-americano, o Fed, e no ritmo de
crescimento dos demais países.
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