“Trem fantasma do Freixo”: Área técnica do TCU se assusta com ‘fantasminhas’ da Embratur


Vladimir Chaves



Ao analisar a denúncia anônima que acusa a Embratur de ter contratado pelo menos 30 funcionários fantasmas nos últimos seis meses, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de “uma série de irregularidades” na agência de promoção do turismo presidida pelo ex-deputado federal Marcelo Freixo, registrou O Globo.

“Do relatado, é possível identificar uma série de irregularidades que, em tese, afrontam princípios básicos da administração pública, como legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência”, disse o relatório da Unidade de Auditoria Especializada em Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento, vinculada à Secretária-geral de Controle Externo.

“Segundo denunciado, esses colaboradores não agregam valor à promoção internacional do turismo brasileiro, não falam qualquer idioma estrangeiro, jamais foram apresentados na instituição e não trabalham para a Embratur, tratando-se de mera indicação política”, continuou.

Área técnica quer explicações da Embratur

A área técnica do TCU afirmou que os funcionários fantasmas “foram livremente nomeados, sem processo seletivo público”, sugerindo que o tribunal peça à agência de Marcelo Freixo que envie à Corte de Contas os processos de contratação dos servidores mencionados na denúncia, além de indicar o lugar de lotação desses funcionários e informar “o conjunto normativo que rege a contratação e execução dos serviços por parte dos colaboradores”.

O relator do processo é o ministro Jhonatan de Jesus, ex-deputado federal por Roraima, próximo ao ministro Celso Sabino (União Brasil), do Ministério do Turismo, ao qual é vinculada a Embratur.

Segundo o jornal, o ministro ainda não tomou nenhuma providência sobre o caso.

A denúncia também está nas mãos do Ministério Público Federal, que já instaurou procedimento prévio para análise de informações.

A denúncia

Como mostramos, pelo menos 30 funcionários considerados fantasmas foram contratados nos últimos seis meses. São casos de servidores que ganham até 38 mil reais, mas nunca apareceram no local para dar expediente presencial.

A justificativa, internamente, é que eles são beneficiados por uma portaria que autoriza o trabalho remoto na Embratur. A lista tem, inclusive, ex-deputados federais que foram abrigados no órgão após não conseguir se eleger em 2022.

Pelo menos cinco funcionários foram exonerados após as denúncias.

Ao Globo, Freixo disse que ‘não há acordo para abrigar fantasmas.’

“Estamos batendo recordes de turistas graças a muito esforço e trabalho. Quem não estiver trabalhando e dando resultado não fica”, declarou ele quando a denúncia se tornou pública.

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