Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias espera receber 3 mil emendas


Vladimir Chaves

Com a aprovação do relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), está oficialmente aberto o prazo para que o Congresso Nacional apresente emendas de inclusão de ação orçamentária e emendas de texto.

Deputados e senadores têm até a próxima terça-feira, 10, para protocolar suas sugestões. A previsão da CMO é votar o texto final em 18 de dezembro.

O prazo é apertado, uma vez que o relator, senador Confúcio Moura (MDB/RO), espera receber cerca de 3 mil emendas ao texto, que já está atrasado. A Constituição estabelece que a LDO seja aprovada até julho; contudo, neste ano, a Lei ficou estacionada até que o impasse entre o Supremo Tribunal Federal, o governo e o Congresso sobre a transparência na destinação de emendas parlamentares fosse solucionado, o que só aconteceu no mês passado.

Considerando que não haja mais percalços na tramitação, os parlamentares terão menos de 10 dias para analisar o texto final e votá-lo em plenário antes do recesso legislativo.

O relatório de Confúcio contém as regras, parâmetros e critérios para nortear os parlamentares sobre a apresentação e o acolhimento de emendas. O documento divide-se em duas partes: uma geral, que apresenta a avaliação dos cenários e dos parâmetros utilizados para a elaboração do parecer, e outra que estabelece as regras sobre a apresentação e o acolhimento das emendas.

Serão admitidas até três emendas ao orçamento por bancada estadual, três por comissão permanente do Senado e da Câmara dos Deputados e o mesmo número por parlamentar. Terão prioridade as emendas que destinem recursos a projetos em execução, à inovação tecnológica, à promoção do empreendedorismo feminino e a ações de prevenção de desastres.

Meta zero

O texto preliminar considera a projeção de déficit zero para 2025, respeitando as regras do arcabouço fiscal — crescimento de despesas dentro do intervalo de tolerância equivalente a 0,25% do PIB.

Isso significa que, mesmo que se apure um déficit de até R$ 30,97 bilhões ao final do exercício, a meta fiscal será considerada cumprida.

Calendário

Segundo Confúcio Moura (MDB-TO), uma das principais mudanças no texto, que será solicitada pelos congressistas, é a criação de um calendário de empenho e pagamento das emendas parlamentares ao Orçamento. No ano passado, o calendário foi aprovado pelo Congresso, mas vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, o calendário vetado obrigava o Executivo a desembolsar R$ 11,2 bilhões até abril deste ano.

A tendência agora é que os parlamentares incluam novamente a regra obrigatória. O governo considera que o mecanismo esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal.

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