De acordo com a
Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial deverá chegar aos 10
bilhões de pessoas até 2050. Com isso, a agricultura, principal setor
responsável pela produção de alimentos em todo o mundo, deve enfrentar um
grande desafio. Afinal, para atender à demanda global será necessário produzir
70% mais alimentos.
O setor agrícola precisa
de grandes áreas para produzir e cultivar. E essas áreas, além de grandes,
precisam ser férteis ou, pelo menos, facilmente fertilizadas. E uma das
consequências dessa necessidade é o fato de que, em todo o mundo, muitas
florestas vêm sendo substituídas por plantações. Segundo relatório do
Laboratório de Análise e Descoberta de Terras Globais da Universidade de
Maryland, nos Estados Unidos, a cobertura florestal mundial perdeu 3,7 milhões
de hectares em 2023, uma área que equivale, em média, à destruição de dez campos
de futebol por minuto. Em um cenário como esse, as fazendas verticais podem
desempenhar um papel fundamental no crescimento da produção agrícola.
Fazendas verticais são
espaços fechados e altamente automatizados, onde plantas alimentícias são
cultivadas em estruturas verticalizadas, ou seja, empilhadas em várias
prateleiras, como se fosse um edifício. Essas estruturas oferecem um ambiente
controlado que permite um cultivo muito mais eficiente e com menor risco de
desperdícios. “A temperatura, a umidade e a iluminação são reguladas de forma
automatizada, o que reduz praticamente em 100% as perdas causadas por fatores
externos, como pragas e variações climáticas”, detalha o coordenador do curso
de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Positivo (UP),
Leonardo Wedderhoff Herrmann.
Principais vantagens das
fazendas verticais
Diferentemente das estufas
convencionais, que possuem uma estrutura com fechamento por vidros ou grades de
tecido, as fazendas verticais podem ser construções mais fechadas, muitas vezes
concretadas e sem limites de extensão, podendo chegar a até cinco metros de
altura. Além disso, se comparadas com as técnicas agrícolas tradicionais, elas
demandam uma área de plantio menor e também uma quantidade significativamente menor
de água, devido ao sistema fechado e à irrigação automatizada. Todos esses
fatores as tornam mais eficientes. “As fazendas verticais têm um impacto
ambiental muito menor que as tradicionais, pois geram menos desperdício de
água, demandam menos pesticidas e fertilizantes e não necessitam de
equipamentos pesados como tratores e colheitadeiras. É um método alternativo
que, em geral, apresenta uma produtividade até maior do que o cultivo em solo”,
explica Herrmann. Ele ressalta, ainda, que o agricultor também tem a opção de
fazer com que as plantas absorvam um pouco mais de gás carbônico que o normal,
a fim de reduzir o aumento do efeito estufa.
E quais são as
desvantagens?
Mesmo com todas as
vantagens ambientais e produtivas, as fazendas verticais apresentam alguns
desafios. O custo de implementação e manutenção é bastante elevado, pois as
instalações precisam ser equipadas com sistemas de controle climático,
iluminação artificial e tecnologias de irrigação, aponta o especialista. “É um
investimento muito grande em manutenção de tubulações e prateleiras, troca de
lâmpadas, tecnologias de controle de umidade, entre outros.” Além disso, o
cultivo em ambiente sem solo, como as plantas hidropônicas, pode resultar em
uma diminuição do valor nutricional dos produtos. Como as plantas não têm
acesso aos nutrientes presentes no solo, eles precisam ser fornecidos de outras
formas, o que ajuda a encarecer o processo. “Quando não há um solo rico em
nutrientes, o alimento tem um poder nutricional mais fraco, com menos vitaminas,
minerais e outros compostos que normalmente são fornecidos pelo solo. A planta
só terá acesso a esses nutrientes se o agricultor utilizar uma água especial
com essas substâncias”, revela o professor.
Apesar disso, a fazenda
vertical é um método alternativo mais sustentável, que pode contribuir para o
aumento da produção de alimentos com menor impacto ambiental. A ideia,
entretanto, não é que ela substitua completamente a agricultura tradicional,
mas se some a ela na busca por uma maneira sustentável de alimentar a
humanidade. “A grande maioria do setor ainda é composto por pequenos produtores
que não têm a estrutura necessária para construir uma fazenda vertical. Essa
alternativa veio para reinterpretar o cultivo das plantas, não para substituir
completamente os métodos convencionais”, finaliza Herrmann.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo é
referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de
reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com
tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus
sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de
mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR) e
uma em Londrina (PR), e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece
mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA,
cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada,
programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e
visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade,
que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo
foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking
mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o
Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/
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