Congresso “corre contra o tempo” para aprovar a reforma tributária


Vladimir Chaves



O tempo está apertado para o Senado Federal concluir a tramitação da regulamentação da reforma tributária, e o presidente Rodrigo Pacheco (PSD/MG) começa a enfrentar dificuldades para encerrar o mandato com a aprovação em sua conta.

Pacheco tem até o início de fevereiro para aprovar os dois projetos de lei complementar que regulamentam a reforma (PLP 68/2024 e PLP 108/2024), devolvê-los à Câmara dos Deputados e aguardar a votação naquela Casa. Após fevereiro, o presidente do Congresso será outro, ao que tudo indica, Davi Alcolumbre.

É claro que não se pode subestimar a força de articulação do presidente do Congresso, e, ao que tudo indica, o senador usará sua influência para acelerar o andamento e garantir a aprovação, ao menos, da primeira proposta, o PLP 68/2024. Esse projeto institui a Lei Geral do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS).

O texto é o mais complexo das duas propostas, pois detalha as regras de transição dos novos tributos que substituirão os atuais impostos: ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins.

A proposição aguarda, na Comissão de Constituição e Justiça, a apresentação do parecer do relator, senador Eduardo Braga (MDB/AM). O texto chegou ao Senado Federal em agosto, após aprovação pela Câmara dos Deputados com urgência constitucional, mas somente no início de novembro começou a tramitar. O Senado negociava com o Governo a retirada do regime de urgência, e, como o impasse se arrastou, a tramitação foi prejudicada.

Após um mês dedicado à realização de audiências públicas, o relator está preparado para apresentar seu parecer na Comissão, o que deve acontecer na próxima segunda-feira, 9. Dois dias depois, na quarta-feira, 11, o texto que regulamenta a Emenda Constitucional 132 poderá ser votado. A reunião extraordinária para a leitura do relatório será realizada às 16 horas, no formato semipresencial.

Lei de Diretrizes Orçamentárias

Deputados e senadores têm até a próxima terça-feira, 10, para apresentar emendas ao texto da LDO. O relator, senador Confúcio Moura (MDB/RO), já se prepara para o desafio de analisar cerca de 3 mil sugestões. 

A tramitação da LDO, que deveria ter sido concluída em julho, foi prejudicada por diversos atrasos, incluindo as eleições e a suspensão temporária das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto. A situação só foi resolvida no mês passado, após um acordo entre o Governo, o Congresso e o STF.

Pacote fiscal

O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT/CE), declarou que está em busca de um consenso para garantir a aprovação das proposta que compreendem o pacote fiscal. Enquanto isso, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL), admitiu que as recentes decisões do STF sobre o pagamento das emendas parlamentares dificultaram o andamento de projetos legislativos.

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