No primeiro ano da gestão
petista Lula III, o país fechou o ano passado com o segundo maior déficit
primário da história: 230,5 bilhões — o que representa 2,1% do Produto Interno
Bruto (PIB). O rombo financeiro só perde para 2020, quando o país viveu o auge
da pandemia de Covid-19.
Na prática, o déficit
fiscal pode impactar o cidadão, não depende apenas desses números.
Um efeito inflacionário
que pode afetar o ciclo de redução da taxa de juros e, em última instância,
afetar o custo do crédito para o cidadão comum, e aumentar a taxa de juros para
o financiamento que ele já tenha, ou não.
Precatórios, compensação
aos estados e metas para 2024
O governo federal decidiu
pagar os precatórios atrasados de anos anteriores, o que somou R$ 92,4 bilhões.
Outros R$ 27 bilhões foram distribuídos a estados e municípios como forma de
compensar esses entes pelas perdas com a arrecadação do ICMS durante o governo
Bolsonaro.
Sem considerar o pagamento
dos precatórios, o déficit primário foi de R$ 138,15 bilhões, o que corresponde
a 1,27% do PIB. Ainda assim, o número ultrapassa a meta prevista pelo ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, que era um rombo de até 1% do PIB.
O número negativo de 2023
pode ter reflexo nas contas de 2024. Luigi Mauri, economista, explica que a
expectativa do ministro Haddad — de conquistar o déficit zero — pode estar mais
longe do que o que ele gostaria.
“Nós temos a certeza de
que aumentam-se as dúvidas com relação à possibilidade de déficit zero em 2024.
As chances já eram consideradas baixas — e agora, com esse resultado, a
expectativa é muito maior de que o governo não vai ter a capacidade de cumprir
essa meta.”
Dados divulgados pela
Secretaria do Tesouro Nacional mostram que a receita total do governo em 2023
foi de R$ 1,931 trilhão — queda de 2,2% em termos reais em relação a 2022. Já
os gastos no mesmo ano foram de R$ 2,162 trilhões — com alta real de 12,5% em
relação ao ano anterior.
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