Preocupação com o desemprego aparece como destaque; expectativa é de maior poder de compra, mas de menos gastos no fim do ano, segundo a população da região
Os brasileiros da região Nordeste afirmam que a geração de empregos precisa estar no topo da lista de prioridades do governo em 2024, ao lado da saúde. É a primeira vez que a geração de vagas se destaca e quase toma a liderança, conforme a última pesquisa RADAR FEBRABAN, apresentada nessa sexta-feira (8) para todo o país.
A preocupação superou educação e praticamente empatou com saúde, que costumam ser as mais lembradas. As menções ao emprego como prioridade quase dobraram entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023 no Nordeste, ao passar de 15% para 27%. A saúde se mantém como a área mais lembrada e foi de 22% em dezembro de 2022 para 29% neste ano. Educação foi citada por 12% nesta edição do levantamento.
A expectativa de redução
do desemprego no Nordeste cresceu nos últimos 12 meses: era declarado por 42%
em dezembro do ano passado e foi para 47% neste ano, o maior índice no país.
Compras de fim de ano
Quase a metade da população da região afirma que gastará menos nas compras de fim de ano, por mais que tenha a expectativa de aumentar o poder de compra em 2024. A proporção dos que pretendem reduzir o consumo oscilou de 50% em dezembro de 2022 para 49% dos entrevistados neste ano.
No Nordeste, o percentual
que acredita que terá um maior poder de compra em dezembro foi de 47%,
disparado o maior índice do país. Outros 30% esperam queda da capacidade
financeira e 21% creem que ficarão na mesma.
Inflação
O brasileiro do Nordeste é
o mais otimista em relação à inflação. Em 2022, 31% acreditavam que iria
diminuir, índice que foi para 36% nesta edição da pesquisa. O percentual dos
que esperavam aumento foi de 42% há um ano para 40%.
Ainda, na atual pesquisa a
região registra a maior percepção de redução de preços, com 39%. Para se ter
uma ideia, o segundo colocado foi o Sul, com 23% que sentiram queda na
inflação. O custo dos produtos e serviços aumentou para 42% e ficou igual para
26%.
Custo com alimentos e
saúde
Os itens de consumo que
mais impactaram na inflação das famílias do Nordeste foram alimentos, com 65%
das respostas, serviços de saúde ou medicamentos, com 29%, e combustíveis, com
28%.
Aprovação e desaprovação
ao governo
Os brasileiros do Nordeste
são os que mais aprovam o governo Lula, com 60% dos entrevistados. O índice de
desaprovação é de 33%, enquanto 7% não souberam responder. Na média nacional, a
avaliação é positiva para 51% e negativa para 42%.
Análise
“O sentimento das pessoas
oscilou ao longo do ano, o que é natural, mas terminar o ano olhando para a
frente com melhores expectativas pode ajudar a influenciar de forma benigna
2024”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do
Conselho Científico do IPESPE.
Sobre a Pesquisa
Realizada entre os dias 29
de novembro e 2 de dezembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do País, pelo
IPESPE (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) para a
FEBRABAN, esta edição do RADAR FEBRABAN mapeia as expectativas dos brasileiros sobre
este ano e para o próximo, tanto em relação à vida pessoal, quanto em relação à
política e à economia do país, e mensura como a população encara as compras de
fim de ano, o endividamento, a Reforma Tributária, os golpes e tentativas de
golpes bancários. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco
regiões brasileiras.
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