Uma prova unificada, de
ampla concorrência, para todos os concursos federais do país: essa é a proposta
do Concurso Nacional Unificado, que —
como o próprio nome diz — promete
usar uma só prova para preencher milhares de vagas em órgãos públicos federais,
como os ministérios, autarquias. O novo método de concurso federal já foi batizado informalmente como o
"Enem do emprego".
A meta é ousada e prevê
que o CNU já seja aplicado em fevereiro do ano que vem para preencher cerca de
oito mil vagas. Segundo a proposta do Ministério da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos (MGI), a aplicação do concurso único aconteceria ao mesmo
tempo em 180 cidades brasileiras. Mal foi anunciada, a mudança já desperta polêmica
entre professores e também entre os chamados "concurseiros".
O cronograma divulgado
pelo MGO também é apertado e recebe críticas:
até 20/9: ato normativo do
Ministério da Gestão criando comitê organizador;
até 29/9: adesão dos
Ministérios ao Concurso Nacional Unificado;
até 20/12: publicação do
edital do Concurso Nacional Unificado;
25/2/2023: realização da
prova em dia único (data indicativa inicial).
Para o diretor de Mentoria
e Coach e professor do Gran Cursos de Brasília, Fernando Mesquita, o tempo é
curto para executar tudo que o governo federal se propõe a fazer. Mas ele
acredita que esse modelo pode ser aperfeiçoado
atender às necessidades do governo.
“Em uma tacada só consegue
preencher 8, 10, 15, 18 mil vagas que
sejam. De uma certa forma, por ter mais polos, por ser uma prova com amplitude
maior, ela pode melhorar a entrada de candidatos. Não significa que vá ser,
falta uma definição mais clara do governo federal a respeito de como isso vai
acontecer e, para uma prova cuja etapa inicial está prevista para dezembro, as
coisas estão meio em cima.”
Mais igualdade, mas uma só
oportunidade
Uma das principais
vantagens do Concurso Nacional Unificado defendida pelo governo federal é a
ampla acessibilidade. Por serem realizadas na mesma data em todas as regiões do
Brasil, a prova unificada vai permitir que candidatos de todos os cantos do
país tenham a mesma oportunidade.
Como deve funcionar
A exemplo do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) criado em 1998 — cuja nota é usada por centenas
de faculdades e universidades de todo o país para substituir o vestibular
tradicional — a intenção deste concurso é criar algo parecido, mais acessível e
democrático.
Segundo o Ministério da
Gestão, a adesão dos órgãos do governo federal à novidade é voluntária e eles
têm até o dia 29 de setembro para manifestarem interesse em participar.
A proposta é que a
avaliação seja dividida em duas partes, no mesmo dia. A primeira com provas
objetivas com matriz comum a todos os candidatos, e a segunda com provas
específicas e dissertativas por blocos temáticos.
A previsão é que os
resultados gerais da primeira sejam divulgados até o final de abril e os cursos
de formação já começam entre junho e julho de 2024.
Desemprego no Brasil
O Brasil tem hoje cerca de
8,5 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua – PNAD Contínua, feita pelo IBGE no segundo trimestre deste
ano. Isso corresponde a 7,9% dos brasileiros.
Distribuição de cidades
por região:
Região Nordeste: 50
municípios
Região Sudeste: 49
municípios
Região Norte: 39
municípios
Região Sul: 23 municípios
Região Centro-Oeste: 18
municípios
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