A senadora Damares Alves
(Republicanos-DF) afirmou ter enfrentado “uma das maiores lutas de sua vida”
nos meses de janeiro e fevereiro, ao ser acusada de ter contribuído, quando
ministra dos Direitos Humanos, para a morte de crianças ianomâmis. Em
pronunciamento nesta quinta-feira (14), a parlamentar ressaltou que “ficou em
silêncio por meses, aguardando que a verdade viesse à tona”.
“Dia 13 de junho, eu fui
contemplada com duas vitórias no mesmo dia. A primeira, no Conselho de Ética,
porque pediram a minha cassação. [...] Pediram que eu fosse cassada porque eu
era genocida. O Conselho de Ética arquivou, nem recebeu, e foi a primeira
vitória. Na tarde do mesmo dia, na Comissão Especial, que foi constituída aqui
— temporária — para acompanhar o caso da morte das crianças ianomâmis, também o
relatório foi entregue e nenhum apontamento ao meu nome. Pelo contrário, havia
até comentários no relatório, está escrito no relatório sobre a minha contribuição
para os povos ianomâmis nos últimos anos”
Malária
Damares disse ter recebido
um ofício da Associação Sanuma sobre a preocupante situação do território
indígena ianomâmi na região do Polo Base de Auaris, em Roraima. Segundo a
senadora, o documento mostra que as comunidades indígenas da região estão
desassistidas, o que tem causado uma série de mortes por malária.
Segundo a parlamentar, ata
de reunião realizada no Ministério dos Povos Indígenas em 18 de agosto mostra
que já foram registrados 15.873 casos de malária entre ianomâmis neste ano,
ultrapassando o registro do ano passado. Damares destacou que o número de
óbitos entre ianomâmis já ultrapassa 157 casos de janeiro a julho de 2023,
sendo 33 na região do polo base de Auaris. De acordo com o mesmo informe, 48%
desses óbitos são de crianças de até 4 anos de idade.
“E os casos de doenças e
mortes não têm sido causados só por malária. Houve um aumento significativo dos
casos de síndrome gripal. O número já chegou a 14.282 nestes seis primeiros
meses. Comparado com o governo, em todo ano de 2022, que tinha 3.203 casos de
síndrome gripal, pula de três mil para 14 mil. Eles não tinham as respostas?
Não era o governo anterior que era o genocida?”
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