O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, mostrou inflação
de 0,12% em julho após a deflação de 0,08% em junho, informou nesta sexta-feira
(11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023, a alta acumulada
do IPCA está em 2,99%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,99%. Em julho
de 2022, a variação da inflação tinha ficado negativa em 0,68%.
A variação do mês foi
maior que a esperada pelos analistas de mercado. O consenso Refinitiv estimava
inflação de 0,07% no mês e variação de +3,93% na comparação anual.
Dos nove grupos de
produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta no mês de julho. O grupo
Transportes apresentou o maior impacto (0,31 p.p) e a maior variação (1,50%).
No lado das quedas, destacam-se os grupos Habitação (-1,01% e -0,16 p.p.) e
Alimentação e bebidas (-0,46% e -0,10 p.p.).
Os resultados dos demais
grupos foram: -0,24% para Vestuário; 0,00% em Comunicação; 0,04% de Artigos de
residência; 0,13% de Educação; 0,26% de Saúde e cuidados pessoais e o 0,38% de
Despesas pessoais.
Transportes
No grupo dos Transportes
(1,50%), o resultado foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços da
gasolina (4,75%), subitem com a maior contribuição individual (0,23 p.p.) no
índice do mês.
Em relação aos demais
combustíveis (4,15%), foram registradas altas no gás veicular (3,84%) e no
etanol (1,57%), enquanto o óleo diesel caiu 1,37%. As altas da passagem aérea
(4,97%) e do automóvel novo (1,65%) também contribuíram para o resultado do
grupo.
Ainda em Transportes, foram destacados pelo IBGE a alta do pedágio (2,44%), devido a reajustes aplicados em diversas praças em São Paulo (3,24%), a partir de 1º de julho.
Além disso, o resultado do
subitem táxi (0,09%) decorre do reajuste de 20,19% em Fortaleza (3,37%), a
partir de 24 de julho. A queda de 2,40% em ônibus urbano foi influenciada pelo
reajuste de -25,00% nas tarifas em Belo Horizonte (-17,50%), a partir de 8 de
julho. Em ônibus intermunicipal (0,23%), houve reajuste de 7,24% em Recife (2,08%),
a partir de 10 de julho.
Alimentação
Já a queda do grupo
Alimentação e bebidas (-0,46%) deve-se, principalmente, à redução nos preços da
alimentação no domicílio (-0,72%), que já haviam recuado em junho (-1,07%).
Destacam-se nesse grupo as
quedas do feijão-carioca (-9,24%), do óleo de soja (-4,77%), do frango em
pedaços (-2,64%), das carnes (-2,14%) e do leite longa vida (-1,86%). No lado
das altas, as frutas (1,91%) subiram de preço, com destaque para a banana-prata
(4,44%) e para o mamão (3,25%).
A alimentação fora do
domicílio subiu 0,21% no mês, mas desacelerou em relação aos 0,46% de junho,
isso em virtude das altas menos intensas do lanche (0,49%) e da refeição
(0,15%). Em junho, as variações desses subitens haviam sido de 0,68% e 0,35%,
respectivamente.
Habitação
No grupo Habitação
(-1,01%), a maior contribuição (-0,16 p.p.) veio da energia elétrica
residencial, com queda de -3,89% no mês, por conta da incorporação do bônus de
Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de julho.
Reajustes foram aplicados
em três áreas de abrangência do índice: de 2,92% em uma das concessionárias
pesquisadas em Porto Alegre (-4,51%), a partir de 19 de junho; de -1,13% em uma
das concessionárias pesquisadas em São Paulo (-5,54%), a partir de 04 de julho;
e de 10,66% em Curitiba (3,53%), a partir de 24 de junho.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,18%) registrou alta por conta do reajuste de 3,45% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (1,60%), aplicado a partir de 1º de julho.
Regiões
Nos índices regionais, 13
das 16 áreas apresentaram alta em julho. A maior variação foi em Porto Alegre
(0,53%), em função da alta do preço da gasolina (6,98%). Já a menor variação
foi registrada em Belo Horizonte (-0,16%), influenciada pelas quedas de 17,50%
em ônibus urbano e de 4,30% na energia elétrica residencial.
INPC
O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC) ficou em -0,09% em julho, variação próxima à
registrada no mês anterior (-0,10%). No ano, o INPC acumula alta de 2,59% e,
nos últimos 12 meses, de 3,53%, acima dos 3,00% observados nos 12 meses
imediatamente anteriores. Em julho de 2022, a taxa foi de -0,60%.
Os produtos alimentícios apresentaram variação de -0,59% em julho, após queda de 0,66% em junho. Nos produtos não alimentícios, foi registrada alta de 0,07%, próximo ao resultado de 0,08% observado em junho.
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