Após um longo período de
silêncio desde sua derrota nas últimas eleições presidenciais, Ciro Gomes (PDT)
voltou a fazer críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma
palestra na Universidade de Lisboa, na sexta-feira (12), o ex-ministro da
Fazenda e ex-governador do Ceará foi categórico ao afirmar que a corrupção
continua presente no governo, sustentada pelas Emendas parlamentares. Segundo
ele, a Companhia do Vale do Rio São Francisco (Codevaf) está destinando
recursos para obras superfaturadas no Amapá sem que o governo atual tome
medidas para combater as irregularidades.
Ciro destacou que o Brasil
não aprendeu com seus erros e ressaltou que Lula não quis promover mudanças,
pois não possui compromisso com a transformação do país. Ele ainda criticou o
modelo econômico adotado no Brasil desde a ditadura militar, que resultou em
uma grande desigualdade social. Na visão dele, foi nesse contexto de
desigualdade que Bolsonaro ganhou força e chegou à presidência.
O ex-ministro alertou para
o risco de o fracasso do atual governo fortalecer uma “direita caricata”
difícil de ser combatida, semelhante a Bolsonaro. Ele também criticou o acordo
fechado pelo Palácio do Planalto em relação às reeleições de Arthur Lira
(PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para as presidências da Câmara e do Senado,
respectivamente. Ciro apontou que a lógica do Orçamento secreto continua
presente e não pode ser vista como uma estratégia inteligente para garantir a
governabilidade.
Em relação ao modelo
econômico, Ciro comparou Lula e Bolsonaro, afirmando que ambos seguiram o mesmo
padrão com políticas como teto de gastos, superávit primário, meta de inflação,
câmbio flutuante e autonomia do Banco Central. Ele também criticou o atual
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por estar “nas mãos dos banqueiros”.
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