O FMI (Fundo Monetário
Internacional) reduziu a perspectiva de crescimento econômico do Brasil para
este ano, passando a ver uma expansão de 0,9% em seu relatório Perspectiva
Econômica Global, bem abaixo do cenário visto para a América Latina e Caribe.
A atualização das
projeções, divulgada nesta terça-feira (11), representa uma redução de 0,3
ponto percentual em relação ao cálculo para o PIB (Produto Interno Bruto) do
Brasil feito em janeiro, quando o FMI elevou ligeiramente sua estimativa feita
no mês anterior, e fica bem abaixo do crescimento efetivo de 2,9% registrado em
2022.
Para 2024, entretanto, o
FMI manteve a expectativa de que o crescimento econômico brasileiro irá
acelerar para 1,5%. O cenário previsto pelo Fundo fica em linha com aquele
calculado por analistas na pesquisa Focus do Banco Central, que veem um
crescimento de 0,91% este ano e 1,44% no próximo.
Na contramão, o Banco
Central aumentou no final do mês passado sua projeção de crescimento econômico
em 2023 a 1,2%, contra patamar de 1% antes. O Ministério da Fazenda é, de
longe, o mais otimista, calculando uma expansão de 1,61% para o PIB este ano.
O desempenho do Brasil
estimado pelo FMI fica bem aquém daquele calculado para a América Latina e
Caribe, região que segundo o relatório deve crescer 1,6% em 2023 e 2,2% em
2024.
E fica ainda mais longe
das estimativas de crescimento para Mercados Emergentes e Economias em
Desenvolvimento, do qual o Brasil faz parte, respectivamente de 3,9% e 4,2%
para este ano e o próximo.
"Para o mercado
emergente e economias em desenvolvimento, as perspectivas econômicas são em
média mais fortes do que para economias avançadas, mas essas perspectivas
variam mais amplamente nas regiões", apontou o FMI.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não concorda com avaliações de que o PIB do Brasil irá crescer menos de 1%, e disse que a economia do país avançará mais do que o estimado por aqueles que classificou como pessimistas.
O FMI também fez projeções
para outros dados econômicos na revisão de seu relatório. O Fundo calcula que o
Brasil terá em 2024 uma inflação em média de 5,0%, indo a 4,8% em 2024. Ao
final de cada ano o aumento dos preços foi calculado em 5,4 e 4,1% respectivamente.
Já para o desemprego o FMI calcula taxas de 8,2% e 8,1% neste ano e no próximo.
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