A falta de insulina no
Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil é um problema que afeta milhões de
pessoas com diabetes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem
atualmente no país mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença,
representando 6,9% da população nacional.
No entanto, o descaso do
governo federal em relação à compra e distribuição de insulina pode levar a uma
situação crítica nos próximos meses. O Tribunal de Contas da União (TCU)
alertou para o risco de falta do medicamento de ação rápida no SUS a partir do
segundo trimestre deste ano, o que pode deixar milhões de brasileiros sem
acesso ao tratamento necessário para controlar sua condição de saúde.
Segundo o TCU, o Ministério
da Saúde realizou dois pregões para adquirir o medicamento, em agosto de 2022 e
em janeiro deste ano, ambos sem sucesso. Atualmente, o estoque da pasta conta
com 196.015 unidades de insulina de ação rápida, que deve durar somente até
maio, segundo a análise da Corte de Contas.
Diante da iminência do
desabastecimento, o ministério iniciou um processo de compra emergencial de
insulina, aberto a empresas internacionais. A compra pretende adquirir 1,3
milhão de tubetes de 3 ml, e a primeira entrega, com 673 mil unidades, seria
entregue em até 60 dias. A segunda, com a mesma quantia, em até 150 dias.
No entanto, o processo de
compra emergencial não foi fácil. O Departamento de Logística em Saúde (Dlog)
do ministério questionou as três empresas autorizadas a revender o produto. A
Sanofi alegou restrição mundial do fornecedor de canetas aplicadoras, assim
como capacidade reduzida para fabricar embalagens. A Novo Nordisk relatou
demanda acima do esperado, que ocasionou restrição no fornecimento. Já a Eli
Lilly afirmou que não conseguiria atender o volume e o cronograma estipulados.
O contrato emergencial foi
formalizado com a Novo Nordisk em 7 de março, mas a situação crítica do
abastecimento de insulina no SUS do Brasil coloca em xeque a capacidade do
governo federal em garantir a saúde e o bem-estar da população. A falta de
insulina pode levar a complicações graves para os pacientes com diabetes, e em
casos extremos, pode até mesmo levar à morte.
Diante disso, é importante
ressaltar a gravidade do problema e a necessidade urgente de medidas eficazes
para garantir o fornecimento adequado de insulina para os pacientes com
diabetes no país. A falta de ação por parte do governo federal pode configurar
um crime de genocídio, uma vez que coloca em risco a vida de milhões de
brasileiros que dependem desse medicamento para sobreviver.
TCnews
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