O assassinato a facadas de
uma professora em uma escola pública de São Paulo por um aluno de 13 anos
repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados. O atentado ocorrido nesta
segunda-feira (27), deixou outras três
professoras e um aluno feridos, motivou debate entre quem defende punição mais
rigorosa para adolescentes infratores e quem defende medidas preventivas.
Em Brasília, os deputados
fizeram 1 minuto de silêncio no Plenário em homenagem à professora Elisabete
Tenreiro, de 71 anos, atacada pelo adolescente quando dava aula na escola
estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste da capital paulista. Ela
morreu no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP). O agressor
foi detido e levado para a Fundação Casa depois de ter sido desarmado e
imobilizado por outras duas professoras.
Maioridade penal
Na sessão do Plenário,
deputados de vários partidos pediram mais rigor contra adolescentes que cometem
crimes hediondos.
O deputado Delegado
Palumbo (MDB-SP) defendeu a redução da maioridade penal. “Está na hora de
discutirmos a reforma do Estatuto da Criança e do Adolescente e a redução da
maioridade penal. Estamos cansados de ver pais de família e mães chorando a
morte de seus filhos. Ninguém aguenta mais. E este discurso falacioso de que
são vítimas da sociedade: não são vítimas da sociedade! Vítima da sociedade é
esta professora assassinada covardemente por um assassino”, afirmou.
O deputado Kim Kataguiri
(União-SP) foi na mesma linha. “É dever desta Casa honrar a memória da
professora falecida e também das duas professoras que contiveram e desarmaram o
criminoso aluno que, infelizmente, vai ser punido apenas com medida
socioeducativa. Para crime hediondo, não deveria haver a limitação de 18 anos
de idade para o sujeito responder na cadeia.”
Já a bancada de esquerdistas, como sempre, “passou panos” com o discurso de que os criminosos são vítimas da sociedade, defendendo a necessidade de ações preventivas nas escolas, como a presença de psicólogos e assistentes sociais para identificar riscos.
O deputado petista Carlos
Zarattini (PT-SP), politizou o atentado alegando que; “Um jovem, estimulado por
práticas racistas e fascistas, chegou a este ponto. Nós precisamos urgentemente
retomar uma cultura de paz nas escolas brasileiras. Nós aqui no ano passado
derrubamos o veto à lei que dispõe que todas as redes de ensino tenham
psicólogos e serviço social, assistentes sociais, para criar este ambiente de
convivência e de solidariedade.”
Já a socialista Tabata
Amaral amenizou o atentado tentando vitimizar o agressor afirmando que a saúde
mental é um dos fatores que explicam o aumento da violência nas escolas, junto
com a proliferação de discursos de ódio.
“Este é um problema complexo,
que passa pelo aumento da violência nas escolas públicas do nosso Brasil. Este
é um problema que também passa pelo aumento dos grupos de ódio, que vêm
pregando violências como essa na internet e nas redes sociais, mas este também
é um problema que advém da falta de atenção às questões de saúde mental. Na
rede estadual de São Paulo, apenas para trazer um exemplo, durante a pandemia,
de cada dez estudantes, sete apresentaram sintomas de depressão e ansiedade”,
disse Tabata Amaral.
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