Para estimular o
crescimento da agricultura irrigada no Nordeste, norte de Minas Gerais e norte
do Espírito Santo, o governo Bolsonaro através do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Banco do Nordeste (BNB) lançaram o Programa
de Fomento à Agricultura Irrigada no Nordeste (Profinor).
O programa tem como meta
ampliar a área de agricultura irrigada na região em 80 mil hectares até 2024,
além da modernização de 8 mil hectares de sistemas de irrigação obsoletos.
A promoção do
desenvolvimento sustentável ocorrerá por meio de crédito aos produtores rurais
para que possam instalar ou trocar equipamentos de irrigação por outros mais
eficientes e também instalar sistemas de energia alternativa.
“A partir da linha de
crédito criada pelo BNB, os pequenos e médios produtores rurais da região
poderão agora ter acesso facilitado tanto a recursos para a implantação ou
expansão de projetos de irrigação e drenagem, como também à assistência técnica
necessária para que seus projetos sejam economicamente viáveis e ambientalmente
sustentáveis”, destacou a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e
Abastecimento) na live de lançamento.
A ministra acrescentou que
a missão do Mapa é oferecer ao Nordeste “as mesmas condições da produção
agropecuária do Centro-Sul”. “Conciliaremos aumentos de produtividade e
diversificação da produção com incrementos na renda e na qualidade de vida do
produtor, além de benefícios incontestes para o meio ambiente”.
Recursos
Produtores rurais e
empresas da Região Nordeste, do norte de Minas Gerais e do norte do Espírito
Santo que tenham interesse em implantar a agricultura irrigada ou que precisem
modernizar ou expandir o sistema de irrigação poderão contar com R$ 900 milhões
em crédito por meio do Profinor. Os recursos são provenientes do Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), BNB Agro Inovação e Pronaf,
com taxas de juros que variam de 4,38% a 4,78% ao ano, dependendo do porte do
produtor (pequeno, médio e grande) e com bônus de adimplência. O crédito será
operacionalizado pelo Banco do Nordeste.
“Temos grandes celeiros no
Nordeste e precisamos dar dinamicidade a esses polos de desenvolvimento com a
produção agrícola pelo emprego de novas tecnologias, melhoria de processos e
concessão de outorgas. Que possamos melhorar a produtividade e o agronegócio do
Brasil olhando para o Nordeste”, ressaltou o presidente do BNB, Romildo Rolim.
Os itens que poderão ser
financiados pelo Programa são: aquisição de sementes e mudas para cultivos
irrigados; implantação das culturas sob irrigação; aquisição de insumos para
áreas irrigadas; aquisição de equipamentos de irrigação, bombas e sistemas de
adução de água; construção de barramentos e açudes para acúmulo de água para
irrigação; financiamento de sistemas/equipamentos para manejo da agropecuária
irrigada; sistema de energia de fontes alternativas e convencionais; custeio
agrícola.
Para o presidente da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, o
programa atende aos anseios de produtores do Nordeste. “Temos terras muito
produtivas e condições de duplicar as áreas irrigadas para transformar o
Nordeste numa região empreendedora e moderna”.
No caso da contratação de
assistência técnica específica para agricultura irrigada, serão priorizados os
territórios definidos dentro do AgroNordeste, programa do Mapa para alavancar
cadeias produtivas da região.
Área irrigada
Dados do Censo
Agropecuário de 2017 e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
mostram que a área irrigada no Brasil é de aproximadamente 7 milhões de
hectares, o que corresponde a 3% da área agricultável. A relação média mundial
entre área irrigada e agricultura de sequeiro é de 20%, no Brasil esse índice é
de apenas 10% da área plantada, ou cerca de 8,2 milhões de hectares.
Existem 55 milhões de
hectares, ocupados atualmente pela agricultura de sequeiro e por pastagens,
aptos para irrigação, de acordo com pesquisa da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo – Esalq/ USP, em parceria com o
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
No Profinor, o produtor
rural, com apoio de extensionistas, definirá em qual lavoura pretende colocar
sistema de irrigação. Uma das cadeias produtivas a serem beneficiadas é a de
frutas, como lavouras de manga, uva e banana e citrus. O potencial para a
produção de frutas com alto valor agregado é grande, e ainda há espaço para
incrementar a partir da irrigação do solo, bem como o desenvolvimento social,
econômico e ambiental.
“Acreditamos que com
ciência e tecnologia vamos mudar o cenário do Nordeste brasileiro, levando a
riqueza do agro. Fazer agricultura irrigada inteligente atendendo ao binômio de
produção com sustentabilidade”, disse o secretário de Inovação, Desenvolvimento
Rural e Irrigação, Fernando Camargo.
Participaram do evento o
secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação e diretor do
AgroNordeste, Cleber Soares; o diretor substituto do Departamento de Produção
Sustentável e Irrigação, Gustavo Goretti;
o secretário executivo substituto do Ministério do Desenvolvimento
Regional, Daniel Ferreira, que representou o ministro Rogério Marinho; e o
superintendente do Banco do Nordeste, Luiz Sérgio.
0 comentários:
Postar um comentário