Está faltando oxigênio nos
hospitais do Amazonas. A empresa White Martins, que faz o fornecimento ao
estado, só consegue produzir 25 mil metros cúbicos por dia, mas a demanda atual
é de 70 mil metros cúbicos. O aumento do consumo de oxigênio nos hospitais
amazonenses é por causa do agravamento da Covid-19.
Nesta quinta-feira, o problema
foi abordado por autoridades de saúde do Amazonas e do governo federal em
entrevista coletiva.
O secretário estadual da
Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, afirma que foi surpreendido com o
crescimento da demanda: 2,5 vezes a mais que o registrado no pico da doença do
ano passado.
De acordo com o secretário
de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte,
enquanto a disponibilidade de oxigênio não for normalizada, os pacientes vão
ser transferidos para outros estados.
O primeiro grupo de
pacientes vai ser levado para Goiás, Distrito Federal, Piauí, Maranhão e Rio Grande
do Norte.
O relaxamento das medidas
de proteção contra o novo coronavírus e as aglomerações, principalmente nas
eleições municipais do ano passado e as festas de final de ano, podem ser os
principais motivos da piora do quadro da Covid-19 no Amazonas.
Com alta de 66% na média
de mortes pela Covid-19 em 14 dias e os hospitais lotados, o Amazonas revive o
pesadelo da pandemia. Famílias de pacientes relatam dificuldades de atendimento
e profissionais de saúde reclamam de estrutura precária e sobrecarga de
trabalho.
Segundo Tatyana Amorim, da
Fundação de Vigilância em Saúde do estado, a descoberta de uma nova variante do
coronavírus também pode estar relacionada ao crescimento de casos.
O governador Wilson Lima
disse que vai ampliar as medidas de restrição para evitar a disseminação do
novo coronavírus. Será publicado um decreto impondo toque de recolher das 19h
às 6h em todo o Amazonas.
O transporte de
passageiros, terrestre e fluvial, também está proibido no Amazonas. Apenas
cargas poderão circular.
Wilson Lima disse ainda
que o estado entrou na Justiça para que a White Martins garanta o fornecimento
de oxigênio suficiente para atender os pacientes de Covid-19.
Em nota, a empresa informou
que conseguiu ampliar até o limite máximo a capacidade de produção em Manaus –
de 25 para 28 mil metros cúbicos por dia – e direcionou toda a produção de
oxigênio da unidade para o segmento medicinal. A White Martins também afirma
que já viabilizou o envio de 500 cilindros, com suporte da FAB, o que
representou um acréscimo de volume de 5 mil metros cúbicos.
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