O presidente Jair
Bolsonaro inaugurou, na manhã desta sexta-feira (16), a maior planta de Biogás
de geração de energia elétrica no mundo. A planta industrial é fruto de
parceria entre as empresas Raízen e Geo Energética, que hoje, juntas,
constituem a empresa Raízen Geo Biogás. A cerimônia ocorreu na usina Bonfim, na
cidade de Guariba/SP, e contou com a presença de autoridades dos governos
Federal, estadual e municipal, de parlamentares e representantes de entidades e
empresas ligadas ao setor de biogás, gás natural e biocombustíveis.
A usina terá uma
capacidade de 138 mil Mwh/ano de geração de energia e que permitirão abastecer
um total de 62 mil domicílios ou aproximadamente 150 mil habitantes.
O Brasil é reconhecido por
possuir uma das mais limpas matrizes energética e elétrica do mundo, com um
potencial hídrico, eólico, solar e de bioenergia tem assegurado,
historicamente, uma participação relevante e diversificada das fontes
renováveis na oferta interna de energia do País.
Planta de Biogás
A Planta de Biogás
instalada na usina Bonfim, é umas das maiores do mundo a utilizar a tecnologia
de conversão da torta de filtro e vinhaça, subprodutos da unidade de
processamento de cana-de-açúcar, como matérias-primas para fabricação de biogás
e geração de energia elétrica.
A planta já fornece
energia para o sistema elétrico antes mesmo do início da vigência do contrato
em janeiro de 2021, que terá duração pelos próximos 25 anos conforme leilão
vencido pela Raízen.
O contrato prevê o
fornecimento de 96 mil Mwh/ano da energia gerada. O volume excedente poderá ser
negociado no mercado livre.
Segundo a Raízen, a Planta de Biogás terá geração de energia ao longo de todo o ano uma vez que a vinhaça será operada na safra, enquanto a torta de filtro terá operação durante o ano inteiro. A possibilidade de armazenamento da torta geraria estabilidade no processo biológico do biogás e sinergia para atuar com a vinhaça.
A usina Bonfim é a segunda
maior operação da Raízen em moagem de cana (capacidade de 5 milhões de
toneladas/ano), e já está certificada no âmbito do Renovabio.
Sobre o processo de produção
na planta de biogás
Biodigestores convertem a
matéria orgânica da torta (resíduos restantes da filtragem do caldo da cana
composta de 70% de água, 18% de matéria orgânica e 12% de outros sólidos) e da
vinhaça (água restante do processo de destilação composta por 95% de água, 3%
de sais e 2% de carga orgânica) em metano e co2, o chamado biogás. Essa mistura
passa por um processo de dessulfurização – para a purificação do gás – e então
vai para motogeradores. É nesses geradores que o biogás é transformado em
energia elétrica.
Uma vez purificado, o
biogás apresenta as mesmas características que o gás natural (96,5% metano)
sendo assim possível de ser utilizado, na forma de biometano, como substituto
ao diesel como combustível de automóveis, tratores e caminhões, uma iniciativa
alinhada às resoluções do Renovabio.
A certificação atual da
usina Bonfim não leva em conta essa utilização do biometano como substituto do
diesel. Ou seja, quando se der esse uso, a nota da unidade será muito
beneficiada, gerando mais Cbios pelo biocombustível produzido com menor pegada
de carbono.
Segundo dados preliminares
da Renovacalc, o biometano reduz em 96% as emissões de CO2, sem contar a
diminuição de emissão de material particulado, chegando a emitir 90% menos
gases de efeito estufa em comparação com os combustíveis fósseis.
A produção de biogás nesta
tecnologia é viável em plantas com capacidade de moagem a partir de 1 milhão de
toneladas de cana de açúcar.
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