Um grupo de destacados
políticos de oito democracias, incluindo os Estados Unidos, criou uma aliança
de parlamentares para ajudar a combater o que consideram a ameaça que a
crescente influência da China representa para o comércio global, segurança e
direitos humanos.
A Aliança Interparlamentar
sobre a China, apresentada na sexta-feira, surge quando os EUA enfrentam o
desafio de conseguir uma aliança coesa para fazer frente à crescente influência
econômica e diplomática da China. Os EUA condenaram a decisão do governo de
Pequim de impor uma legislação de segurança nacional em Hong Kong que ameaça a
autonomia da cidade.
O grupo disse que pretende
“construir respostas apropriadas e coordenadas e ajudar a criar uma abordagem
proativa e estratégica em questões relacionadas à República Popular da China”.
O senador republicano dos EUA Marco Rubio e o democrata Bob Menéndez, o
ex-ministro de Defesa japonês Gen Nakatani, Miriam Lexmann, da comissão de
relações exteriores do Parlamento Europeu e o influente parlamentar conservador
do Reino Unido Iain Duncan Smith são copresidentes do grupo recém-lançado.
“A China, sob o comando
governo do Partido Comunista Chinês, representa um desafio global”, disse Rubio
em mensagem de vídeo no Twitter. O senador é crítico frequente do governo de
Pequim e defensor de legislação nos EUA para medidas que abordem as ações da
China em Hong Kong.
O governo de Pequim tem
dito repetidamente que a situação em Hong Kong é uma questão interna e afirma
que a expansão econômica e diplomática da China não representa uma ameaça
global.
“Instamos um pequeno
número de políticos a respeitar os fatos, respeitar as regras básicas das
relações internacionais, abandonar a mentalidade da Guerra Fria, parar de
interferir nos assuntos internos e de fazer movimentos políticos por interesses
egoístas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China,
Geng Shuang, em conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira.
‘Grande custo’
A aliança disse que a
ascensão econômica da China pressiona a ordem global com base em regras e que
países que tentaram fazer frente ao governo de Pequim até agora tiveram que
agir sozinhos e “muitas vezes com um grande custo”. A lista de países
participantes inclui EUA, Alemanha, Reino Unido, Japão, Austrália, Canadá,
Suécia, Noruega e membros do parlamento europeu.
Várias dessas nações
enfrentaram intensas consequências econômicas ou políticas por interferir em
ambições estratégicas da China.
Os esforços assertivos do
governo Trump para reescrever o relacionamento comercial bilateral com a China
levaram a uma prolongada guerra comercial que teve consequências globais,
enquanto outras medidas resultaram em jornalistas dos EUA expulsos da China.
A iniciativa da Austrália
para responsabilizar a China pela pandemia de Covid-19, que teve origem na
cidade de Wuhan, resultou em novas tarifas sobre a cevada australiana e
restrições de alguns frigoríficos.
“Chegou a hora de países
democráticos se unirem em uma defesa comum de nossos valores compartilhados”,
disse o parlamentar britânico Smith no Twitter.
InfoMoney
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