Com a ampliação da doença
para o interior do país, o Ministério da Saúde passa a investir ainda mais na
Atenção Primária para a coleta e diagnóstico dos casos leves da doença. Com
isso, as unidades sentinelas, que apoiam a vigilância no país, passarão a
realizar o teste RT-PCR (molecular) em 100% dos casos de Síndrome Gripal (SG).
Anteriormente, eram coletadas cinco amostras respiratórias por semana nessas
unidades de monitoramento, além da rotina de coleta dos hospitais e outras
unidades de saúde.
Além disso, os serviços de
saúde que se credenciarem para a modalidade de Centros de Atendimento à
Covid-19 também poderão coletar amostras de todos os casos leves. Desta forma,
cerca de um quarto (22%) da população brasileira será testada para a doença. Os
Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) continuam processando as
amostras em todos os estados, contudo, com a ampliação do grupo a ser testado,
a demanda aumentará e, dessa forma, o excedente será encaminhado para as
Centrais de Testagem.
Atualmente os casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ou seja, casos graves internados e
mortes, tinham prioridade na testagem na rede pública de saúde pelo método
RT-PCR (molecular). Além disso, profissionais dos serviços de saúde e segurança
pública assintomáticos também poderão ser testados pelo método; antes, a
recomendação era realizar testes rápidos (sorológicos) somente em pessoas sintomáticas.
“Nas últimas semanas
percebemos que a doença caminhava para o interior, com uma população que
precisava ser assistida. Portanto, abre-se uma janela de oportunidade muito
grande para fazermos a testagem da população brasileira, que mora e que vive
nesses municípios do interior do Brasil”, declarou o secretário de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.
Demais serviços de saúde
do SUS também serão contemplados com a possibilidade de coletar amostras de
pacientes com síndrome gripal, contudo, a proporção será definida de acordo com
a capacidade de coleta de cada município. Nesse caso, o Ministério da Saúde
recomenda que sejam priorizados os seguintes grupos:
» GRUPO 1: trabalhadores
de serviços de saúde e segurança;
» GRUPO 2: Condições de
risco - Idosos, cardiopatas, renais crônicos, imunodeprimidos, doenças
respiratórias, diabéticos e gestantes de alto risco;
» GRUPO 3: Grupos de
interesse para a saúde pública - Crianças menores de 2 anos, indígenas,
gestantes e puérperas;
» GRUPO 4: Instituições de longa permanência
para idosos;
» GRUPO 5: População
privada de liberdade.
Outra novidade anunciada
na ocasião diz respeito à possibilidade da Vigilância Epidemiológica local
confirmar o caso de Covid-19 por outros meios, além do critério laboratorial e
clínico epidemiológico, que é feito quando o paciente tem histórico de contato
com casos confirmados da doença. Somam-se a eles:
Critério Clínico/imagem –
exame de tomografia do pulmão;
Critério clínico – análise
dos sintomas da doença quando não houver possibilidade de confirmação por
outros critérios.
A novidade vai ao encontro
dos protocolos já utilizados para diagnóstico de outras doenças, uma vez que já
são conhecidos os sintomas e características da infecção pelo coronavírus.
NOVOS TESTES SOROLÓGICOS
Entre as novidades
apresentadas durante coletiva de imprensa, está ainda a inclusão de teste
sorológico realizado em ambiente laboratorial (ELISA ou ECLIA) para a ação
Testa Brasil – que faz parte da estratégia Diagnosticar para Cuidar, que ainda
prevê a ação Confirma Covid, com aplicação de testes moleculares em 24,5
milhões de pessoas. Pelo Testa Brasil, o Ministério da Saúde pretende realizar
22 milhões de testes sorológicos, que identificam resposta do organismo à
infecção pela Covid-19, ou seja, o anticorpo. Essa ação ajuda a entender a
progressão do vírus no país.
“O teste sorológico do
tipo ELISA ou ECLIA traz como vantagem maior segurança e precisão, por ser
realizado em ambiente laboratorial. Isso garante maior rastreabilidade das
amostras e inserção do resultado no sistema de Gerenciamento Laboratorial”,
explicou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo
Correia de Medeiros.
Para isso, serão
adquiridos 12 milhões de testes sorológicos ELISA ou ECLIA que serão
distribuídos aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) de todos os
estados. A essa estratégia soma-se os 10 milhões de testes rápidos
(imunocromatografia) já distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde.
PARCERIAS DO MINISTÉRIO DA
SAÚDE
Os centros para testagem
em massa da Covid-19 já começaram a operar no país. Desde o dia 29 de maio, o
laboratório DASA tem realizado exames para o SUS. Até esta terça-feira (23),
foram realizados, por meio da parceria, 16,9 mil testes moleculares, sendo que
15,8 mil resultados já foram finalizados. Atualmente, a DASA realiza 3,5 mil
exames por dia, mas a capacidade máxima planejada é de até 30 mil exames dia
até o final do prazo de execução da parceria.
A Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) possui dois centros de testagem com capacidade de realizar 7,5 mil
exames por dia. A unidade do Paraná realiza, neste momento, 5 mil testes por
dia e a unidade do Rio de Janeiro está atuando com 2,5 mil testes diariamente.
Em breve, a unidade da Fiocruz no Ceará também estará apta para colaborar.
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