Procuradoria eleitoral dá parecer pelo cancelamento do registro do PT.


Vladimir Chaves


Parecer do vice-procurador eleitoral Renato Brill de Góes é favorável à ação de cancelamento de registro de partido político do Partido dos Trabalhadores. A manifestação do Ministério Público Federal é dia 27 de março. Postula-se que, “no curso da Lava Jato, restou demonstrado que o PT recebeu recursos de origem estrangeira”.

“Diante de tal contexto, forçoso reconhecer a existência de indícios suficientes do recebimento, por parte do Partido dos Trabalhadores – PT, ora requerido, via interpostas pessoas, de recursos oriundos de pessoas jurídicas estrangeiras (Keppel FELS e Toshiba), inclusive para pagamento de despesas contraídas pelo próprio Partido, a evidenciar, em tese, interesse direto da instituição partidária e não apenas de dirigente seu, circunstância que autoriza o prosseguimento do feito quanto à hipótese do inciso I do art. 28 da Lei dos Partidos Políticos, com a inauguração de sua fase de instrução”, afirma Renato Brill de Góes.

O procurador pediu a oitiva de José Alberto Pia Campanha e de Rafael Ângulo Lopes, que foram citados, num depoimento, pelo doleiro Alberto Youssef. Ele também solicitou “cópias dos depoimentos prestados pelo representante do Grupo Keppel FELS Zwi Scornicki, pelo publicitário João Cerqueira de Santana Filho e pela esposa deste, Mônica Regina Cunha Moura, à 13ª Vara Federal de Curitiba”, informa o jornal “O Estado de S. Paulo”.

O parecer menciona o depoimento e frisa que Yousseff “relatou ter intermediado o pagamento de cerca de R$ 800 mil em espécie, a pedido do diretor da empresa Toshiba, ao Partido dos Trabalhadores, vinculado a contrato referente à execução de obra no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)”.

Renato Brill de Góes cita que Mônica Moura — responsável, ao lado do marqueteiro João Santana, pelas campanhas de Dilma Rousseff à Presidência da República em 2010 e 2014 — “revela que a quantia a ela repassada por Zwi Skornicki, representante do Grupo Keppell FELS, teve por objetivo quitar débito do Partido dos Trabalhadores em relação à prestação de serviços para a campanha presidencial do PT em 2010”.

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