Os senadores gastaram R$
21,2 milhões, no ano passado, com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar
(Ceaps). O dinheiro é usado para despesas diversas, que incluem viagens, gastos
com restaurantes e abastecimento dos carros oficiais. Juntos, MDB, PSDB e PT
usaram mais de metade do dinheiro. O recordista em gastos foi o MDB, que tem 19
senadores e usou R$ 4,6 milhões, seguido pelo PSDB (13 senadores e R$ 3,3
milhões) e pelo PT (oito senadores e R$ 2,7 milhões). Três emedebistas —
Eunício Oliveira (CE), Luiz Carlos do Carmo (GO) e Zé Santana (PI) —
dispensaram a cota. Os dados são do Portal da Transparência do Senado.
Os petistas tiveram o
maior gasto proporcional entre os partidos: R$ 340 mil por parlamentar. A média
dos tucanos foi R$ 258 mil e a do MDB, de R$ 242,7 mil. Eleito pelo Distrito Federal,
o senador Reguffe (sem partido) dispensou o benefício. “O Congresso Nacional
brasileiro é um dos mais caros do mundo, e isso não se muda só com palavras, é
preciso cortar na carne e dar exemplo. A tese que defendo e pratico no meu
gabinete é a de que um mandato pode ser de qualidade custando muito menos ao contribuinte
do que custa hoje”, ponderou o parlamentar.
Entre os partidos menores
(com apenas um senador eleito), gastaram mais o PTC (R$ 435,9 mil) a Rede (R$
367,9 mil) e o Pros (R$ 252 mil). Chama a atenção, no entanto, a quantia usada
pela senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), de R$ 514,9 mil — o recorde de
gasto individual. “Todos os gastos realizados no mandato são auditados e
verificados, e estão em estrita concordância com a legislação e com as normas
federais e procedimentos estabelecidos”, justificou a equipe da senadora. As
legendas que fizeram uso moderado da Ceaps foram o PSL (R$ 36,3 mil) e o PPS
(R$ 32,4 mil).
Penduricalhos
O dinheiro serve para
comprar gasolina e passagens aéreas, alugar imóveis, contratar segurança
particular, além de incluir gastos com alimentação. Cada parlamentar gastou, em
média, R$ 291 mil nos últimos 12 meses. Não é permitido usar o dinheiro da
Ceaps com ressarcimento de despesas prestadas por empresas que tenham sócios
com relação de parentesco com os senadores.
“Quando se coloca à mesa o
gasto individual, vê-se senadores que usam R$ 200 ou R$ 300 mil com estrutura
de gabinete. É mais um indício de que os penduricalhos não são prerrogativa do
Judiciário. O Legislativo está cheio deles. E é necessário colocar fim nessas
mordomias”, afirma o cientista político André Garcia, analista da HC7
Investimentos.
Fonte: Correio Brasiliense.
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