Enquanto o governo
continua fazendo as contas para tentar atingir a meta fiscal, um rombo de R$
139 bilhões, algumas despesas ainda chamam a atenção. Os gastos do governo
federal com cartão corporativo, por exemplo, já somam R$ 20,4 milhões em 2017.
A Presidência da República foi o órgão que mais gastou por meio dos cartões.
Os dispêndios da
Presidência e suas unidades gestoras atingiram R$ 5,7 milhões, isto é, quase
28% do total. Vale ressaltar que quase a totalidade dos recursos (89%) foi
desembolsada de maneira secreta, de forma que não se sabe o que efetivamente
foi comprado. As informações são protegidas por sigilo, nos termos da
legislação, “para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.
Outra parte significativa
dos valores desembolsados também fica desconhecida. Isso porque R$ 148,9 mil
foram gastos pela Presidência por meio de saques.
A maior parcela dos gastos
foi desembolsada pela Agência Brasileira de Inteligência: R$ 3 milhões. A
Secretaria de Administração da Pasta utilizou outros R$ 2,1 milhões. Mesmo não
estando ocupado, o Gabinete da Vice-Presidência da República foi responsável
por mais R$ 26,7 mil em cartões corporativos. Os dispêndios estão sob sigilo.
O Ministério da Justiça
ocupa o segundo lugar no ranking dos órgãos que mais gastam pelo cartão. No
primeiro semestre deste exercício, o desembolso da Pasta atingiu a marca de R$
4,9 milhões. Vinculado ao ministério, o Departamento da Polícia Federal foi o
que mais usufruiu do cartão, com R$ 4,8 milhões creditados.
Assim como acontece com a
Presidência, é praticamente impossível saber ao que foram destinados os gastos
do Ministério da Justiça, já que quase a totalidade da verba foi declarada como
secreta. Cerca de R$ 4,8 milhões, ou seja, 98% dos desembolsos foram protegidos
por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e
do Estado.
O Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão é o terceiro maior usuário do cartão
corporativo (R$ 2,8 milhões). E, em quarto lugar, está o Ministério da
Educação, com gastos que chegam a R$ 2,2 milhões, seguido pela Pasta da Defesa,
que desembolsou R$ 976,2 mil por meio do recurso.
Os dados levantados pela
Contas Abertas contabilizam os montantes pagos entre janeiro e junho,
disponíveis no Portal da Transparência do Governo Federal.
Contas Abertas
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