O governo de Michel Temer
não consegue fugir das contradições. Mesmo com mais um corte no orçamento
anunciado na semana passada, o governo elevou o número de cargos de confiança
para 20.321 em junho. São quase 500 cargos a mais do que os registrados em maio
deste ano.
Até abril, o governo vinha
diminuindo o número de pessoas com cargos de Direção e Assessoramento Superior
(DAS) e Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE). Em setembro do ano
passado, uma lei federal extinguiu 10,4 mil cargos de chefia que podiam ser
ocupados por qualquer pessoa indicada e os substituiu por gratificações que só
podem ser dadas a funcionários públicos de carreira, as FCPEs.
O aumento dos cargos desse
tipo também elevou o número total de cargos, funções de confiança e gratificações
do governo federal. A quantidade de funcionários nessas funções chegaram a
99.817 em junho. Em maio, a quantidade era de 99.657.
As promessas de diminuir
despesas e cargos parecem que vão ficar mesmo somente no papel. O aumento de
cargos de confiança acontece junto com bilhões liberados em emendas para parlamentares a fim de assegurar o apoio da
base para para barrar a denúncia de corrupção.
Em meados do mês passado,
por 41 votos, sendo uma abstinência, a 24, o colegiado garantiu uma primeira
vitória a Temer no Congresso. Agora o texto seguirá para plenário e, para que a
denúncia não seja aceita, Temer precisará de 172 votos.
Mesmo que obtida com
manobras, a vitória de Temer na CCJ enviou o recado que o presidente precisava
para reestimular a base de apoio que lhe é cara no Congresso e em setores
importantes da economia.
Após a sessão da CCJ, as
principais associações de comércio e serviços do Brasil enviaram mensagens aos
deputados pedindo celeridade.”O país tem pressa para voltar a crescer”,
disseram. O reforço não evitou o adiamento da votação, mas mostrou que Temer
não está só.
Com informações do Contas
Abertas.
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