O ministro Edson Fachin,
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), reconsiderou sua
decisão de enviar ao juiz Sergio Moro as citações da delação da Odebrecht a
pagamentos ao irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Frei Chico.
Em resposta a um agravo regimental proposto pela defesa de Lula, Fachin decidiu
que o material deve ser encaminhado à Justiça de São Paulo.
José Ferreira da Silva,
nome de Frei Chico, é o irmão mais velho de Lula. Os delatores Alexandrino
Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, e Hilberto
Mascarenhas Alves da Silva Filho, que chefiou o chamado departamento de
propinas da empreiteira, disseram à Procuradoria-Geral da República (PGR) que
Frei Chico recebia uma espécie de mesada.
"Narram os executivos
que os pagamentos eram efetuados em dinheiro e contavam com a ciência do
ex-presidente, noticiando-se, ainda, que esse contexto pode ser enquadrado na
mesma relação espúria de troca de favores que se estabeleceu entre agentes
públicos e empresários", diz a petição enviada por Fachin à Justiça de
Curitiba à época do desmembramento dos casos relacionados à delação dos executivos
da empreiteira baiana.
Para Fachin, após o
recurso da defesa de Lula e a análise dos depoimentos não foi possível
constatar a "relação dos fatos com a operação de repercussão nacional que
tramita perante a Seção Judiciária do Paraná".
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