A Polícia Federal apontou
que as obras do Estádio Mané Garrincha, orçadas em cerca de R$ 600 milhões,
foram superfaturadas em quase R$ 900 milhões. O estádio, o mais caro da Copa do
Mundo do Brasil, custou o total de R$ 1,5 bilhão ao final de 2014. O valor pago
a mais equivale ao desvio de R$ 300,00 de cada um dos habitantes do Distrito
Federal.
Dois ex-governadores do
Distrito Federal, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, e o ex-vice governador
Tadeu Filippelli foram presos na operação Panatenaico. A operação é baseada em
delação premiada da Andrade Gutierrez sobre um esquema de corrupção nas obras
do estádio Mané Garrincha.
Cerca de 80 policias
federais cumprem 15 mandados de busca de apreensão, 10 mandados de prisão
temporária, além de 3 conduções coercitivas. As medidas judiciais foram
determinadas pela 10a. Vara da Justiça Federal no DF, todas as ações ocorrem em
Brasília e arredores.
A hipótese investigada
pela Polícia Federal é que agentes públicos, com a intermediação de operadores
de propinas, tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos
em edital de licitação.
A renovação do Estádio
Mané Garrincha, ao contrário dos demais estádios da Copa do Mundo financiados
com dinheiro público, não recebeu empréstimos do BNDES, mas sim da Terracap,
mesmo sem que a estatal tivesse este tipo de operação financeira prevista no
rol de suas atividades.
Em razão da obra do Mané
Garrincha - a mais cara arena de toda Copa de 2014 - ter sido realizada sem
prévios estudos de viabilidade econômica, a Terracap, companhia estatal do DF
com 49% de participação da União, encontra-se em estado de iminente
insolvência.
Panatenaico
O nome da operação é uma
referência ao Stadium Panatenaico, sede dos jogos panatenaicos, competições
realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos jogos olímpicos. A
história desta arena utilizada para a prática de esportes pelos helênicos, tida
como uma das mais antigas do mundo, remonta à época clássica, quando estádio
ainda tinha assentos de madeira. A construção foi toda remodelada em mármore,
por Arconte Licurgo, no ano 329 a.C. e foi ampliado e renovado por Herodes
Ático, no ano 140 d.C., com uma capacidade de 50 mil assentos. Os restos da
antiga estrutura foram escavados e restaurados, com fundos proporcionados para
o renascimento dos Jogos Olímpicos. O estádio foi renovado pela segunda vez em
1895 para os Jogos Olímpicos de 1896.
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