Monica Moura contou, em
sua delação premiada, que a Odebrecht pagou US$ 7 milhões à empresa Polis
Caribe, do jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicações do governo
Lula, Franklin Martins e sua mulher Monica Monteiro, por trabalho de internet
na campanha à reeleição de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, em 2012. O
dinheiro teria sido repassado pelo ex-chanceler e atual líder venezuelano
Nicolás Maduro em Caracas, direto a Moura, porque “Maduro era sempre
desconfiado e não queria entregar o dinheiro em espécie a mais de uma pessoa”.
Segundo Monica, outros US$
2 milhões teriam sido pagos ao marqueteiro João Santana pela construtora
Andrade Gutierrez, em depósito na Suíça, na conta Shelbill, pela campanha de
Chávez.
Monica Moura contou,
ainda, que recebeu um total de US$ 11 milhões em Caracas, em espécie, na sede
da Chancelaria. Mas teria restado uma
dívida de US$ 15 milhões, nunca paga por Maduro, segundo a delação. Ela
ressaltou que a contratação da empresa Pólis de Martins “também foi sem
contrato formal, igualmente sem vínculo”.
Ao todo, R$ 35 milhões teriam sido gastos com o político venezuelano.
Os pagamentos da Odebrecht
foram acertados com o executivo Euzenando Azevedo, e Luis Claudio da Gutierrez.
Na delação, Monica
detalha, também, que o ex-presidente Lula, em acerto com Emílio Odebrecht,
conversou, pessoalmente, com João Santana, para que ele assumisse a campanha de
reeleição de José Eduardo Santos (MPLA) em Angola, em 2011. "Lula tentou empurrar também
Franklin Martins para dividir a campanha, mas Santana não aceitou a parceria,
que tinha o claro intuito de favorecer Martins", contou Monica. A
negociação foi fechada, "com delegações angolanas, sempre acompanhadas por
representantes da Odebrecht".
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