Os marqueteiros João
Santana e Monica Moura afirmaram que receberam dinheiro de caixa 2
para coordenar a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República, em
2010. Em depoimentos anteriores, o casal havia dito que os pagamentos recebidos
na Suíça eram referentes a campanhas realizadas fora do Brasil.
“Na época, ainda atordoado
pela prisão, preocupado com a estabilidade política e com a própria manutenção
no cargo da presidente Dilma, eu menti”, afirmou Santana ao juiz Sérgio Moro,
da 13ª Vara Federal de Curitiba. Esta é a primeira vez que os publicitários são
ouvidos na condição de delatores, após homologação do acordo de colaboração
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O casal disse ter recebido
ao menos R$ 15 milhões entre 2010 e 2011 como pagamentos não registrados para a
campanha do PT ao Planalto. Parte desse dinheiro também teria sido referente a
trabalhos que os marqueteiros realizaram posteriormente, em 2012, para
candidatos do partido em pleitos municipais e para a campanha de Hugo Chávez à
presidência da Venezuela, segundo os depoimentos.
Além disso, Santana e
Monica afirmaram que os pagamentos de caixa 2 eram feitos pela Odebrecht em espécie,
quando no Brasil, ou em depósitos na conta off-shore Shellbill, na Suíça.
O casal também revelou ter
trabalhado na campanha de Mauricio Funes à presidência de El Salvador, em 2009,
a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Monica Moura disse a Moro
que havia um interesse do PT que um partido de esquerda vencesse aquele pleito.
“Em vinte anos de democracia naquele país, até então a direita sempre havia ganhado
todas as eleições. Esse [Funes] foi o primeiro candidato de esquerda que ganhou
uma eleição em El Salvador”, explicou à publicitária. Este trabalho rendeu a
ambos R$ 5,3 milhões, pagos também pela Odebrecht.
0 comentários:
Postar um comentário