O Partido dos
Trabalhadores está morto. Abdicou da defesa dos explorados, deixando-os
entregues à sanha dos exploradores. Desistiu de lutar contra o neoliberalismo,
agora o pratica.
Não reage com indignação aos pacotes econômicos impostos pelo grande capital, assume-os e garante sua aprovação no Congresso.
Suas vitórias eleitorais
não fazem 800 mil empresários quererem deixar o país, dá-lhes a certeza de que
seus interesses serão priorizados.
Não exulta com a chegada
do 1º de maio, preocupa-se em como evitar panelaços. Perdeu o monopólio das
ruas, agora toma sacodes de 7×1.
De cartão de visitas da
esquerda passou a mais forte argumento contra ela. Não tem a elite como
principal inimiga, mas sim a classe média.
Não promete mais restaurar
a moralidade, cria condições para que todos os fisiológicos e venais da
política se locupletem. Não combate os Malufs, Sarneys, Collors e Calheiros,
pactua com eles.
Está surdo ao clamor pela
punição dos verdugos da ditadura militar, quer ver a página virada.
Não lamenta a infinidade
de manifestantes de rua barbarizados pela polícia, solidariza-se a um ou outro
oficial que leva a pior. Deixou de ser a semente do
futuro, simboliza o eterno retorno do passado.
Já não representa,
orgulhosamente, os trabalhadores, mas sim, veladamente, o patronato.
Celso Lungaretti é um
jornalista e ativista brasileiro que participou da resistência à ditadura
militar na década de 1960 e 1970. Titular do blog – Náufrago da Utopia.
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