Preocupado com a pressão
política que parece se intensificar sobre as investigações da Operação Lava
Jato, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João
Ricardo Costa, encaminhou pedido de audiência ao ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. Costa deverá propor uma varredura na gestão das empreiteiras
citadas.
“O Judiciário precisa conduzir esse processo e avançar com independência no combate à corrupção e à impunidade. A Operação Lava Jato trouxe fortes indícios de que muitas dessas empreiteiras que estão sendo investigadas atuam como verdadeiras organizações criminosas cartelizadas que estão saqueando os cofres públicos há anos. É necessário que o Executivo promova uma investigação profunda, além das denúncias da Petrobras”, defende.
Costa avalia, ainda, a
postura dos advogados de defesa dos acusados na Operação, ao solicitarem
audiência com ministro. “É fundamental para a democracia que os advogados atuem
na amplitude das suas prerrogativas, de forma incondicional. Porém, estas
mesmas garantias devem ser exercidas dentro de um conceito radicalmente
republicano. Neste caso específico, a conduta dos advogados induz em uma
atuação voltada para pressionar o uso do poder político sobre o Judiciário”,
afirma.
O presidente da AMB defende o Poder Judiciário como instância para o exercício da ampla defesa, já devidamente estruturado para recepcionar todo e qualquer pleito em relação ao caso. “Para cada decisão da Justiça, contamos com infindáveis recursos. O que não podemos admitir é a tentativa de pressionar o Poder Judiciário e os juízes que atuam no processo, muito menos qualquer conduta que tente desqualificar o magistrado que preside as investigações em questão”, alerta Costa.
Espera-se que o encontro
entre o presidente da AMB e o ministro Cardozo seja confirmado para a próxima
semana, em Brasília.
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