O presidente do PT, o
ex-jornalista Rui Falcão, acha esse negócio de imprensa livre uma coisa
horrível. Os fascistas também. Tiranos e facínoras também têm horror ao direito
inalienável da sociedade à informação. Nesse ponto, a figura anã de Rui Falcão
não está só, vê-se acompanhado em nossa região do mundo de muita gente de alto
coturno (todos com credenciais democráticas um tanto esfarrapadas) como a presidente Cristina Kirchner, da
Argentina; o trio bolivariano (Maduro, Rafael Corrêa e Evo Morales ) e os
eternos Castro. Todos esses países conduzidos por líderes populistas de
inclinação autoritária, que se percebem como verdadeiros salvadores de suas
respectivas pátrias.
Todo sorridente ao sair da
reunião da Executiva Nacional do PT, nesta segunda-feira, Falcão disse que seu
partido vai entrar com todas as forças na disputa pela presidência da Câmara
dos Deputados, para que possa impulsionar ativamente as decisões do segundo
mandato da presidente Dilma, em particular a reforma política e a
‘democratização’ dos meios de comunicação.
Isso quer dizer que para
fazer avançar sua agenda autoritária, o PT vai acionar o rolo compressor para
esmagar o deputado pemedebista Eduardo Cunha, enterrando sua pretensão de vir
comandar aquela casa do Congresso. A presidente Dilma abomina o Cunha porque
ele se recusa à subserviência plena. E quem não é subserviente aos desígnios da
grande chefa é considerado inimigo, a ser combatido a ferro e fogo. Duas
estrelas do PT, de grandezas diferentes, querem o lugar de cunha: Arlindo Chinaglia,
de São Paulo, de maior brilho, e o gaúcho Marco Maia, mais apagadinho, um tipo
que saiu do cargo direto, sem escalas, para o baixo clero. Os dois têm em
comum, além da filiação partidária, o fato de serem representantes de Estados
onde o PT perdeu de lavada nas últimas eleições.
Na Resolução que emitiu, a
executiva do PT prioriza-se para o segundo mandato da
presidente, a reforma política e o
controle da mídia, que qualificam eufemisticamente como a “democratização” dos
meios de comunicação. O documento
determina que o partido trabalhe para permitir que o governo tome “medidas
avançadas” nessa área e alerta que será travada uma “batalha” no Congresso para
aprovar a “Lei da Mídia Democrática”.
(Editorial do Jornal Diário
do Poder – Edição 5 novembro 2014)
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