O ministro Tarcisio Vieira
de Carvalho Neto, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a retirada
imediata do ar do blog intitulado Marina Silva Mente (marinadasilvamente) por
considerar que o espaço na internet está sendo utilizado para veicular e
reproduzir afirmações caluniosas, difamatórias e injuriosas à candidata da
Coligação Unidos pelo Brasil.
Em sua decisão liminar, o
ministro dá prazo de cinco dias à empresa Google Brasil Internet Ltda. para
informar o IP (Internet Protocol) - número que possibilita a identificação, na
web, do dispositivo utilizado pelo usuário -, informação necessária para a
notificação de RMM, responsável pelo blog. No blog, abaixo do
título “Marina Silva Mente”, é feito um apelo para que os usuários divulguem as
informações no microblog Twitter.
A decisão foi tomada em representação apresentada ao TSE por Marina Silva e pela coligação que a apoia, na qual pediram liminar para a retirada do blog do ar. No mérito, Marina e a coligação pedem direito de resposta, “a ser veiculado por 18 dias e com as mesmas características formais dos ataques”, contra RM e contra a empresa Google para rebater o que qualificaram de “repositório de impropérios contra a honra da candidata representante”.
Em sua decisão, o ministro do TSE considerou presentes os pressupostos para concessão da liminar (plausibilidade do direito e perigo da demora). O primeiro justifica-se, segundo o ministro Tarcisio, pelo aparente descumprimento do artigo 58, caput, e inciso IV, da Lei das Eleições (Lei nº 9.504/97), dispositivo que assegura o direito de resposta ao candidato, partido ou coligação direta ou indiretamente “por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social”.
“Tal comportamento,
segundo penso, ainda que em juízo não exaustivo, desborda dos limites que
conformam a liberdade de expressão e presta desserviço à democracia. O perigo
da demora, de sua vez, está em que se faz necessário cessar, de imediato, a
ilegalidade referida para não aprofundar os prejuízos que causa não só à
candidatura em questão, mas também à igualdade ‘no’ e ‘do’ certame”, afirmou o
relator da representação.