Parlamentares do governo e
da oposição discordam sobre números do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA –
PLN 13/14) de 2015, entregue na manhã do último dia 28 ao Congresso Nacional.
Na LOA, a projeção do Executivo para a inflação, medida pelo Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve chegar a 5% em 2015, e o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) é estimado em 3% – mesmos índices previstos na LDO
2015 (PLN 3/14).
No dia seguinte (29), o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia
brasileira, medida pelo PIB, encolheu 0,6% no 2º trimestre deste ano em relação
aos três meses anteriores. Além disso, os resultados do 1º trimestre foram
revisados: de crescimento de 0,2% para queda de 0,2%, o que colocou o País em
"recessão técnica", quando há dois trimestres seguidos de crescimento
negativo.
Repercussão
Para o vice-líder do PT,
deputado Amauri Teixeira (BA), os números tendem a melhorar neste segundo
semestre e continuar assim em 2015. “A inflação vem caindo sucessivamente, pela
terceira vez nas últimas avaliações. Esse momento de tensão com inflação fora
do limite da meta já passou”, afirmou.
Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que os fundamentos econômicos brasileiros estão desorganizados e os números apresentados pelo governo para 2015 não refletem a realidade. “Acreditar no ministro da Fazenda [Guido Mantega] é algo que já virou chacota nacional, porque ele sempre apresenta um número e esse dado está muito aquém quando cai na realidade.”
Adversidades
Em entrevista coletiva
concedida no Ministério do Planejamento após a apresentação da proposta
orçamentária para 2015, Guido Mantega declarou que as condições econômicas do
País para o próximo ano serão melhores do que as de 2014.
Rubens Bueno
Já Rubens Bueno acredita que projeções do governo não refletem a realidade.
Segundo Mantega, situações
adversas neste primeiro semestre, como a seca, que causou pressão inflacionária
sobre os alimentos, e a Copa do Mundo, que diminuiu o número de dias úteis em
junho e julho, resultando em menos consumo e produção, foram responsáveis pela
redução da atividade econômica.
Tarifas públicas
O deputado Alex Canziani
(PTB-PR), mesmo sendo vice-líder do governo, reconhece que 2015 será um ano
difícil para quem estiver à frente do Executivo nacional. “O ano que vem
independente de quem seja o presidente da República, vai ser um ano mais
difícil do que os anteriores, inclusive em função de que haverá necessidade de
reajustes das tarifas públicas”, comentou.