Mais de 150 países
concordaram nesta terça-feira em acabar com o desmatamento mundial até 2030. A
decisão foi tomada durante a Cúpula do Clima da ONU, realizada na sede da
organização, em Nova York, com o objetivo de definir um novo curso para o
aquecimento global e reverter o aumento da emissão de gases do efeito estufa. O
Brasil, no entanto, não concordou com o pacto. Segundo a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, o governo brasileiro "não foi convidado a se
engajar no processo de preparação da declaração", e por isso não assinou o
termo. Apesar disso, o governo alega assumir voluntariamente essa meta, com o
compromisso de reduzir as emissões associadas ao desmatamento.
Os Estados Unidos, o Canadá e todos os países da União Europeia se comprometeram a reduzir o desmatamento até 2020 e eliminá-lo até 2030. Os líderes mundiais prometerem usar pelo menos US$ 5 bilhões para ajudar o mundo a se tornar mais sustentável, o que inclui acabar com a queima de carvão, óleo e gás e eliminar a destruição de florestas no mundo. A União Europeia (UE) declarou que os países membros poderiam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa com a meta de que até 2030 eles estivessem 40% abaixo no nível em 1990.
A UE também propôs usar
fontes de energia renováveis para suprir 27% das necessidades do bloco e a
aumentar a eficiência energética em 30%. Jose Manuel Barroso, presidente da
Comissão Europeia, alertou que isso poderia ser feito sem prejudicar a
economia. Ele afirmou que nos próximos sete anos, a União Europeia doaria três
bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões) para ajudar países em desenvolvimento a se
tornarem mais sustentáveis. "Nós provamos que proteção climática e economia
forte devem andar lado a lado" declarou.
A França prometeu doar US$
1 bilhão e a Coreia do Sul, US$ 100 milhões. Outros países, como Chile,
prometerem cortes nas emissões de gases do efeito estufa até 2020.
Caso a meta de preservação
das florestas seja alcançada, a ONU diz que seria equivalente a tirar todos os
carros de circulação no mundo. O grupo de empresas, países e organizações não
governamentais também se comprometeu a restaurar mais de um dois milhões de
quilômetros quadrados de florestas até 2030. A Noruega votou para gastar US$
350 milhões na proteção de florestas no Peru e outros US$ 100 milhões na
Libéria.
O Japão se comprometeu a
estabelecer novas metas no começo de 2015 e a ser um modelo de baixa emissão de
carbono para a sociedade. O país também anunciou que está lançando um satélite
para monitorar as emissões. O Canadá prometeu fabricar carros e caminhões com
uso mais eficiente de combustíveis.
O presidente americano,
Barack Obama, afirmou que os EUA e a China tem a "responsabilidade
especial de liderar" esforços para frear emissões de gases que provocam o
efeito estufa. Durante a cúpula, Obama afirmou que "a urgente e crescente
ameaça de mudança climática" é o problema que vai definir o século da
forma mais dramática.
Obama anunciou algumas medidas que Washington vai tomar em relação às mudanças climáticas, incluindo uma parceria para ajudar companhias de petróleo e de gás a bloquear vazamentos de metano. As outras ações são empregar tecnologias para ajudar populações pobres pelo mundo a se prepararem para desastres naturais e um pedido para que agências federais atuem em programas americanos internacionais.
O secretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki Moon, alertou que até 2020 o mundo
deve reduzir a emissão de gases do efeito estufa para evitar um nível cada vez
maior de aquecimento, considerado perigoso há cinco anos. Em 2009, líderes
mundiais se comprometerem a evitar que a as temperaturas mundiais aumentassem
3,6 graus Celsius.
Ban e Rajendra K.
Pachauri, ganhador do prêmio Nobel e integrante do painel de cientistas sobre o
tema, alertaram que o aquecimento global já está acontecendo e lembraram o
episódio em que um prédio da ONU foi inundado durante a tempestade Sandy, em
2012. Pachauri afirmou que a situação vai ficar pior, com secas, tempestades e
escassez de comida e de água. Ele previu ainda mais conflitos violentos causados
pelo clima.
O objetivo da cúpula que
reuniu mais de 100 líderes mundiais é estabelecer os fundamentos de um novo
tratado global, a fim de combater as mudanças climáticas até dezembro de 2015.
Os países não são obrigados a adotarem as medidas decididas nos acordos.
Com Agência Estado