Oficializada candidata na
chapa do PSB, Marina Silva fez mudanças significativas na coligação que até
oito dias atrás era encabeçada pelo socialista Eduardo Campos. Ratificou que só
estará presente nos palanques estaduais com os quais já concordava,
transferindo para o candidato a vice, Beto Albuquerque, a tarefa de pedir votos
nos locais em que ela não se sentir confortável. Emplacou dois de seus mais
próximos aliados — Walter Feldmann e Bazileu Margarido — em postos-chaves da
campanha (coordenação-geral e comitê financeiro) e, a partir de agora, não
aceitará mais doações que venham de empresas de armamentos, fumo, agrotóxicos e
bebidas.
“Essa era uma restrição
presente no estatuto da Rede e que, a partir de agora, estará presente na
campanha do PSB”, confirmou Bazileu. A campanha de Eduardo já recebera doações
da Ambev, mas, a partir de agora, esse tipo de apoio não será mais aceito.
Marina também conseguiu transformar uma carta de princípios com os compromissos
do PSB em um documento um pouco mais palatável, que não parecesse uma imposição
feita por uma legenda que, em certa medida, precisa muito de Marina para seguir
com esperanças de chegar ao Planalto.
Foi omitida ainda qualquer menção de adiamento no processo de criação da Rede Sustentabilidade. O acerto dos ponteiros da campanha aconteceu em uma reunião tensa na Fundação João Mangabeira, do PSB, no Lago Sul, enquanto os demais integrantes da Executiva Nacional do PSB aguardavam Marina e a cúpula socialista na sede do partido, na Asa Norte. Sucessivamente, o início da executiva vinha sendo adiado.