Em carta aberta, o irmão de
Eduardo Campos, o advogado Antônio Campos, defende que Marina Silva, encabece a
“Coligação Unidos Pelo Brasil”, na disputa pela Presidência da República, na
opinião dele essa seria a vontade de Eduardo Campos.
Leia a integra da nota:
“Não vamos desistir do
Brasil”
A minha perda afetiva do
único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, politico de
talento e firmeza de propósitos.
A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco. Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava.
O mundo está nas mãos
daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus
sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão
plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo
simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: ‘tenho
duas mãos e o sentimento do mundo’. Essas sementes de esperança e de
resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para
mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal
dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes
líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava.
Como filiado ao PSB,
membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel
Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes - IMA e único irmão de Eduardo,
que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que
Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo
Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático,
escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil
precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores.
Tenho convicção que essa
seria a vontade de Eduardo.
Agradeço, em nome da minha
família enlutada, as mensagens do povo brasileiro e de outras nacionalidades.
Antônio Campos
Advogado
e escritor
Recife,
14 de agosto de 2014.