Não foram só as belas
paisagens baianas que chamaram a atenção da seleção da Alemanha, que ficou
hospedada em Santa Cruz Cabrália durante a Copa do Mundo. Os alemães também
ficaram encantados com a cultura indígena e, por isso, convidaram os índios
para irem à Europa.
"Fomos avisados que os alemães têm interesse em levar quatro lideranças ao governo da Alemanha, para que eles possam entender e acompanhar melhor a situação do nosso território, da saúde e da educação e, junto com o governo brasileiro, proporcionar benefícios para a nossa comunidade. Já pediram nossos documentos. Essa parceria está sendo muito importante", contou o coordenador do Movimento Indígena da Bahia, Zeca Pataxó.
O contato intenso com a
comunidade do povoado de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, sensibilizou os
alemães que deixaram diversos legados para os moradores. O cacique Piki Pataxó,
uma das lideranças indígenas da região, falou sobre as contribuições deixadas
pelos estrangeiros. "Ganhamos dois presentes: a divulgação de Santa Cruz
Cabrália, que hoje está conhecida no mundo inteiro, e o veículo para prestar
apoio à saúde da nossa aldeia", disse o cacique que ficou conhecido por
liderar a "dança dos guerreiros" apresentada à seleção alemã e
reproduzida pelos atletas após a conquista do tetracampeonato.
O legado dos alemães não ficou restrito à saúde. Os atletas visitaram também a escola municipal Santo André quando, na oportunidade, doaram uma camisa autografada pelo time e sete bicicletas. De acordo com a secretária da diretoria, Elisabete da Luz, a camisa já está em São Paulo para ser leiloada. "O dinheiro [arrecadado com o leilão] será revertido para a compra de material escolar. As bicicletas serão vendidas ou leiloadas para ajudar nos projetos sociais de Santo André". A secretária informou ainda que o colégio também receberá recursos da seleção alemã para que, duas vezes por semana, os 72 alunos tenham atividades pedagógicas e recreativas nos dois turnos.
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