A crescente impopularidade
da presidenta Dilma Rousseff e do PT, aflorou os ânimos da ala menos
conservadora do PMDB, que si auto intitula “PMDB Independente”. Em uma Carta
aos convencionais do partido os lideres do bloco propõem o rompimento com o PT
e o governo Dilma.
No documento, intitulado “Carta aos companheiros do PMDB”, o grupo lista uma serie de problemas crônicos da gestão petista. Denunciam que o governo da presidente Dilma, não tem dado prioridade a saúde, educação e segurança, que o Governo Federal aparelhou a Petrobras e sucateou estradas, portos e aeroportos...
Confira a integra da nota:
“CARTA AOS COMPANHEIROS DO
PMDB
O PMDB tem história e seu passado merece respeito. Nos anos 1970, foi a grande frente democrática que resistiu à ditadura e defendeu a liberdade. Nos anos 1980, liderou a transição democrática e a promulgação da Constituição Cidadã. Nos anos 1990, teve papel decisivo na implantação das políticas de estabilização econômica. Na primeira década dos anos 2000, apoiou os programas sociais que incluíram milhões de brasileiros no mercado de consumo e reduziram a desigualdade.
Apesar desses avanços das
últimas décadas, o Brasil vive, nos anos recentes, um período de retrocessos.
A desigualdade de renda
parou de cair porque a estabilidade econômica e os programas sociais já
cumpriram seu papel. A partir de agora, o único fator capaz de atuar nessa
direção é uma escola pública de qualidade. Mas a educação pública está
piorando. Dados da OCDE mostram que o Brasil caiu da 54ª para a 58ª posição, em
um ranking de 65 países, nos últimos três anos.
A saúde pública, apontada como o pior problema do país em todas as pesquisas, não tem merecido a prioridade do Governo Federal, que bloqueia a votação do “Saúde Mais Dez” no Congresso Nacional.
A violência aumentou vertiginosamente. Os últimos dados apontam um recorde mundial: 56 mil pessoas assassinadas em 2012. E no entanto, não há nenhuma política nacional de segurança pública. O Governo Federal simplesmente não assume sua responsabilidade nesse drama nacional.
No setor da infraestrutura, fundamental para o crescimento e a competitividade da economia, o PAC não produziu resultados, foi insuficiente. O país não tem estradas, ferrovias, portos, aeroportos, transporte coletivo nas grandes cidades, nem saneamento básico.
A infernal burocracia, que
atravanca empreendimentos e inviabiliza o ambiente de negócios, não foi
enfrentada. O Brasil não fez nenhuma reforma para tornar mais funcionais suas
instituições.
O setor elétrico está
quebrado. A Eletrobrás teve seu valor de mercado reduzido de 49 para 11 bilhões
de reais. Grande parte da energia que abastece o país, hoje, vem de
termelétricas, uma das fontes mais caras e poluentes que existem. E ainda está
anunciada uma conta de 30 bilhões a ser paga pelos consumidores brasileiros
após as eleições, em um anunciado estelionato eleitoral.
O programa do etanol, que produzia em larga escala energia limpa e renovável, com tecnologia genuinamente nacional, foi totalmente inviabilizado. Entre 2013 e 2014, mais de 50 usinas fecharam no país.
A Petrobras foi totalmente aparelhada. Deixou de ser um orgulho nacional para se transformar em um balcão de negócios destinado a tenebrosas transações. Seu valor de mercado caiu pela metade e sua dívida duplicou nos últimos três anos.
A condução
intervencionista e populista da economia resultou nas menores taxas de
crescimento das últimas décadas: perda de confiança, juros altos, investimento
baixo e famílias endividadas.
E a maior de todas as ameaças: a volta da inflação. Enquanto os preços administrados estão artificialmente comprimidos em torno de 1%, os preços livres se aproximam de 10%. E quem mais perde com a inflação são os mais pobres.
O resultado de tudo isso é
o ambiente que se vê hoje nas ruas do país: irritação, indignação, pessimismo e
mal estar generalizados. O Brasil não aguenta mais.
Definitivamente, o PMDB
não pode e não deve concordar com esse estado de coisas. O fato é que, nos
últimos anos, o partido foi preterido, desprezado e tratado como um mero
apêndice do PT. E essa situação é inaceitável.
Chegou a hora de o PMDB
reencontrar-se com a sua história de lutas democráticas e com o sentimento de
mudanças da sociedade brasileira.
Vamos dizer NÃO à aliança com o PT! Reflita sobre isso, companheiro convencional.
MOVIMENTO DO PMDB
INDEPENDENTE
Brasília, junho de 2014
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