Batismo com o espírito e dons espirituais: Fundamentos bíblicos


Vladimir Chaves

Na teologia cristã, a atuação do Espírito Santo na vida do crente pode ser compreendida sob diferentes aspectos. Entre eles, destacam-se a habilitação do Espírito e o batismo com o Espírito Santo. Embora relacionados, esses conceitos não são idênticos e cumprem funções distintas no propósito de Deus para a Igreja.

O batismo com o Espírito Santo está diretamente ligado à entrada do crente na vida cristã. Trata-se da ação soberana de Deus pela qual o Espírito é derramado sobre aquele que crê, selando sua união com Cristo e inserindo-o no Corpo de Cristo. As Escrituras mostram que, ao se arrepender e crer no evangelho, o cristão recebe o Espírito como selo da salvação e garantia da nova vida (Atos 2:38; 1 Coríntios 12:13). Esse batismo marca o início da caminhada cristã, produzindo uma vida transformada, orientada para a santidade, e uma consciência contínua da presença de Deus, visto que o corpo do crente se torna templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20).

Já a habilitação do Espírito refere-se à capacitação contínua que o Espírito Santo concede aos crentes para o serviço, o testemunho e a edificação da Igreja. Jesus prometeu que seus discípulos receberiam poder ao descer sobre eles o Espírito Santo, para que fossem suas testemunhas até os confins da terra (Atos 1:8). Essa habilitação se manifesta por meio dos dons espirituais, que são distribuídos conforme a vontade do Espírito, visando o bem comum e o cumprimento da missão da Igreja (1 Coríntios 12:4-11). Assim, profecia, ensino, cura, línguas e outros dons não são fins em si mesmos, mas instrumentos para a obra de Deus.

Uma diferença fundamental entre esses dois aspectos está no propósito. O batismo com o Espírito Santo está ligado à identidade cristã, à união com Cristo e à vida espiritual do crente. A habilitação do Espírito, por sua vez, está voltada para o serviço e a ministração, capacitando o cristão a agir de forma eficaz no Reino de Deus. Também há distinção quanto aos resultados: enquanto o batismo com o Espírito produz transformação interior, santidade e comunhão com Deus, a habilitação do Espírito se evidencia principalmente na operação dos dons e no poder para servir. Além disso, há uma diferença de tempo: o batismo com o Espírito ocorre, de modo geral, no momento da conversão ou logo após, enquanto a habilitação pode se manifestar em diferentes fases da vida cristã, conforme a necessidade e o chamado de Deus.

Em síntese, o batismo com o Espírito Santo e a habilitação do Espírito não devem ser vistos como experiências concorrentes, mas como realidades complementares. O Espírito Santo não apenas nos introduz na vida cristã, unindo-nos a Cristo, como também nos capacita continuamente para viver e servir de maneira frutífera. Reconhecer essa distinção ajuda o crente a compreender melhor sua identidade em Cristo e seu papel ativo na missão da Igreja, sempre dependente da ação viva e constante do Espírito Santo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

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O valor da bênção que não acrescenta dores


Vladimir Chaves



“A bênção do Senhor é que enriquece, e não acrescenta dores.” (Provérbios 10:22)

Muitos medem prosperidade pelo acúmulo de bens, posições e conquistas visíveis. No entanto, a Escritura nos conduz a uma compreensão diferente: nem toda riqueza é sinônimo de bênção, e nem todo ganho produz paz. Em Provérbios 10:22 Salomão, inspirado por Deus, nos ensina que a verdadeira prosperidade tem uma origem específica, ela procede do Senhor.

A bênção de Deus enriquece porque vem acompanhada de descanso interior. Diferente das riquezas obtidas à custa da consciência, da justiça ou da comunhão com Deus, aquilo que Ele concede não traz peso à alma. Não há culpa escondida, medo constante de perder ou inquietação permanente. Pelo contrário, há paz, equilíbrio e contentamento. Como o próprio livro de Provérbios afirma: “Melhor é o pouco com o temor do Senhor do que um grande tesouro onde há inquietação” (Pv 15:16).

Isso nos ajuda a entender que a riqueza mencionada neste provérbio vai além do aspecto material. Ela envolve uma prosperidade integral: emocional, espiritual e, quando Deus assim permite, também financeira. É a harmonia entre o que se tem e o que se é. Por isso, Moisés advertiu o povo a lembrar que é o Senhor quem concede forças para adquirir riquezas (Dt 8:18), deixando claro que a dependência de Deus deve permanecer mesmo em tempos de abundância.

Há conquistas que, embora aparentem sucesso, vêm acompanhadas de dores: lares destruídos, relações quebradas, noites sem paz e um coração vazio. Mas o que vem das mãos do Senhor edifica. Sua bênção não rouba a paz, não escraviza o coração e não afasta o homem de Deus. Antes, fortalece a fé e gera gratidão sincera.

Esse provérbio nos convida a ajustar nossas prioridades. Mais importante do que correr atrás de resultados é buscar o favor de Deus. Jesus confirmou esse princípio ao ensinar: “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Quando Deus é o centro, a provisão chega no tempo certo e com propósito.

Assim, a verdadeira riqueza não é medida apenas pelo quanto se possui, mas pela paz que se desfruta. A bênção do Senhor permite que o coração descanse, que a consciência permaneça limpa e que a vida glorifique a Deus. Esse é o enriquecer que não acrescenta dores, o enriquecer que vem do alto.

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Quando o Espírito desperta a nossa consciência


Vladimir Chaves

A Palavra de Deus nos conduz a compreender uma verdade profunda e transformadora: existe uma comunhão real e viva entre o espírito humano e o Espírito de Deus. Essa comunhão não é apenas doutrinária, mas experiencial. À luz das Escrituras e da vivência pentecostal, percebemos como o Espírito Santo atua de forma amorosa e contínua, despertando a consciência, gerando fé, renovando a mente e guiando o crente em sua caminhada diária.

Tudo começa na consciência. O Espírito Santo desperta o ser humano para a realidade do pecado e para a necessidade urgente do perdão. Jesus ensinou que essa é uma das primeiras obras do Espírito: convencer do pecado, da justiça e do juízo. Esse convencimento não visa condenar, mas conduzir ao arrependimento e à reconciliação com Deus. Ao mesmo tempo, o Espírito remove a incredulidade do coração e produz fé por meio da Palavra. Assim, aquilo que antes parecia distante ou incompreensível passa a ser crido com o coração e confessado com a boca.

Nesse processo, ocorre a regeneração; o novo nascimento. O espírito humano, antes separado de Deus, é vivificado. Surge o “novo homem”, agora espiritual, com uma mente renovada e sensível à direção divina. A partir daí, torna-se claro por que o homem natural não consegue compreender as coisas espirituais: sem a ação do Espírito, elas parecem loucura. Somente o Espírito de Deus pode revelar as verdades que procedem de Deus.

A regeneração, porém, não é o fim, mas o começo de uma nova jornada. O Espírito Santo assume também um papel pedagógico em nossa vida. Ele nos ensina, nos lembra das palavras de Jesus e nos conduz ao conhecimento das dádivas que Deus nos concede gratuitamente. Por isso, o cristão não pode se acomodar a uma mentalidade moldada pelos padrões deste mundo. Filosofias, ideologias e “novas” teologias tentam influenciar a mente, mas o Espírito nos chama a discernir e a permanecer firmes na verdade.

Essa caminhada exige uma mente continuamente renovada. Viver segundo a vontade de Deus implica consagração, entrega total e comunhão constante com o Espírito Santo. A oração e a leitura das Escrituras tornam-se práticas essenciais, pois nelas encontramos direção, sabedoria e luz para cada área da vida. Não há decisão, desafio ou caminho em que o Espírito não possa nos orientar com segurança.

Quando paramos para ouvir o Espírito, Ele fala ao nosso íntimo. Sua voz traz clareza em meio às dúvidas, paz em tempos de conflito e entendimento para decisões difíceis. Ele ilumina os “olhos do coração”, isto é, o nosso homem interior, capacitando-nos a enxergar além do visível e a compreender as realidades eternas. Assim, passamos a viver conscientes da esperança da vocação que recebemos e das riquezas da herança que Deus preparou para os santos.

Ouvir o Espírito é caminhar na luz. É permitir que Ele forme em nós uma fé viva, uma mente renovada e um coração sensível à vontade de Deus; para esta vida e para a eternidade.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

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Deus não ignora o clamor do oprimido


Vladimir Chaves



“O Senhor é também alto refúgio para o oprimido, refúgio nas horas de angústia.” (Salmo 9:9)

O versículo nasce de um contexto de lutas reais, perseguições e ameaças, não de uma fé ingênua ou distante da dor. É a declaração de quem experimentou o socorro divino em meio à aflição.

Quando o salmista chama o Senhor de “alto refúgio”, ele aponta para uma segurança que está acima do alcance do opressor. Não é um esconderijo frágil, mas uma fortaleza firme, elevada, onde o injustiçado encontra proteção verdadeira. Enquanto os recursos humanos falham e as portas se fecham, Deus permanece como abrigo seguro.

O texto também deixa claro que esse refúgio é para o “oprimido”. Deus não se coloca ao lado da injustiça nem se mantém neutro diante da dor. Ele se inclina para ouvir quem foi ferido, esquecido ou esmagado pelas circunstâncias. O Senhor vê aquilo que muitos ignoram e age no tempo certo.

Nas “horas de angústia”, quando o coração está apertado e a esperança parece pequena, Deus não se ausenta. Pelo contrário, é nesse momento que sua presença se torna ainda mais evidente. O salmo não promete ausência de sofrimento, mas garante companhia, cuidado e proteção em meio a ele.

Salmo 9:9 nos ensina que confiar em Deus não é negar a dor, mas encontrar descanso mesmo quando ela existe. O Senhor continua sendo refúgio hoje como foi no passado. Para quem sofre, essa palavra é um convite à fé: há um lugar seguro acima da injustiça, e esse lugar é o próprio Deus.

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Jesus Cristo, o Senhor de todos


Vladimir Chaves

Quando Pedro declarou que Deus enviou “o evangelho da paz por meio de Jesus Cristo, que é Senhor de todos”, ele estava atravessando uma fronteira que, por séculos, parecia intransponível. Não era apenas a porta da casa de um gentio que se abria, mas a compreensão de que o agir de Deus não se limita a povos, rótulos ou tradições humanas.

Até aquele momento, muitos criam que a salvação era um privilégio restrito a Israel. No entanto, diante de Cornélio e de sua família, Pedro entende que o coração do evangelho é maior do que qualquer divisão religiosa ou cultural. Deus toma a iniciativa, envia sua Palavra e oferece paz; não uma paz superficial, mas a reconciliação do ser humano com o próprio Criador.

Essa paz só é possível por meio de Jesus Cristo. Não vem das obras, da posição social ou da origem, mas da obra perfeita da cruz. Em Cristo, o inimigo é vencido, o pecado é perdoado e a separação entre Deus e o homem é desfeita. É por isso que Pedro afirma com clareza: Jesus é o Senhor de todos.

Essa declaração muda tudo. Se Ele é Senhor de todos, então ninguém está excluído do chamado, e ninguém está acima da necessidade de arrependimento. Judeus e gentios, religiosos e improváveis, todos estão no mesmo nível diante da graça. A fé cristã deixa de ser um território fechado e se revela como uma mensagem viva, acessível e transformadora.

Atos 10:36 nos convida a revisar nossos próprios limites. Quantas vezes ainda tentamos definir quem pode ou não receber a graça de Deus? O evangelho da paz nos chama a enxergar como Deus enxerga e a anunciar como Ele anunciou: com verdade, amor e sem acepção de pessoas.

Reconhecer Jesus como Senhor de todos não é apenas uma afirmação teológica, mas um compromisso de vida. É viver submetido à sua autoridade e disposto a levar essa paz a todos que cruzarem o nosso caminho.

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Dia da Bíblia: Celebrando a luz da Palavra de Deus


Vladimir Chaves


Neste Dia da Bíblia, celebrado no segundo domingo do mês de dezembro, lembramos e honramos o presente mais precioso que Deus nos concedeu: a sua Palavra. Ela não é apenas um livro antigo, mas uma voz viva que continua falando ao coração de cada geração. Como declara o salmista, “A tua Palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (Salmos 119:105). Em meio às incertezas da vida, a Bíblia nos orienta, traz clareza às decisões e nos ajuda a caminhar com segurança.

A Palavra de Deus ilumina porque revela a verdade. Ela nos mostra quem Deus é, quem nós somos e qual caminho devemos seguir. Quando tudo parece escuro, quando as dúvidas surgem e as forças diminuem, a Escritura acende a luz da esperança, apontando direção e propósito.

O apóstolo Paulo nos lembra que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (2 Timóteo 3:16). Isso significa que cada ensinamento, cada conselho e cada correção têm origem no próprio Deus. A Bíblia nos ensina, nos confronta quando erramos, nos corrige com amor e nos instrui para vivermos de maneira justa. Ela não apenas informa, mas transforma.

Ao celebrarmos este dia especial, somos convidados a valorizar a leitura da Bíblia, meditar em seus ensinamentos e colocá-los em prática. Que a Palavra continue sendo nossa luz diária, formando em nós um caráter aprovado por Deus e nos preparando para toda boa obra.

Que neste Dia da Bíblia, comemorado no segundo domingo de dezembro, renovemos o compromisso de caminhar guiados pela luz da Palavra, certos de que quem anda com ela jamais estará perdido.

domingo, 14 de dezembro de 2025

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O antídoto bíblico contra o medo


Vladimir Chaves


“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1:7)

Medo do futuro, medo da injustiça, medo de perder, medo de falar, medo de permanecer firme. Esse cenário não é novo. Timóteo também enfrentava tempos difíceis, pressões externas e inseguranças internas. Por isso, Paulo o lembra de uma verdade essencial: o que vem de Deus nunca paralisa, nunca enfraquece e nunca escraviza o coração.

Deus não colocou em nós um espírito de medo. O temor que nos faz recuar, silenciar e desistir não tem origem divina. Quando o medo governa nossas decisões, deixamos de viver o propósito para o qual fomos chamados. O Senhor não nos chamou para sobreviver acuados, mas para caminhar confiantes, mesmo em meio às lutas.

Em lugar do medo, Deus nos concede fortaleza. É uma força que não depende das circunstâncias, mas da presença do Espírito Santo em nós. Essa fortaleza nos sustenta quando tudo parece contrário e nos mantém firmes quando seria mais fácil desistir.

Junto com a fortaleza, Deus nos dá amor. O amor verdadeiro vence o medo, porque nos faz olhar além de nós mesmos. Quem ama, serve. Quem ama, permanece fiel. Quem ama, não se deixa dominar pelo ódio, pela amargura ou pela indiferença.

E Deus também nos concede moderação, uma mente equilibrada e sóbria. Em tempos de confusão, o Espírito nos ensina a agir com sabedoria, sem desespero e sem impulsividade. A moderação nos guarda de decisões precipitadas e nos conduz por caminhos de discernimento e paz.

2 Timóteo 1:7 é um lembrete poderoso para os nossos dias: não fomos criados para viver com medo, mas para viver com coragem, amor e equilíbrio. Quando confiamos nessa verdade, enfrentamos o presente com fé e caminhamos para o futuro com esperança, certos de que Deus está conosco em cada passo.

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Fidelidade ao Evangelho em dias de relativismo


Vladimir Chaves

“Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; àqueles a quem os retiverdes, são retidos.” (João 20:23)

Vivemos dias em que muitos falam em nome de Deus, mas nem todas anunciam o que Ele realmente disse. Ao declarar essas palavras em João 20:23, Jesus não entregou aos discípulos um poder humano de julgar consciências, mas uma missão espiritual: anunciar o Evangelho com fidelidade. O perdão não nasce da autoridade do homem, mas da graça de Deus revelada em Cristo.

João 20:23 nos lembra que o perdão dos pecados está diretamente ligado à resposta das pessoas à mensagem do Evangelho. Quando a Igreja proclama a verdade de Cristo e alguém crê, ela pode afirmar com segurança: há perdão, há reconciliação, há nova vida. Porém, quando essa mesma mensagem é rejeitada, não há como suavizar a realidade: o pecado permanece, não por falta de amor de Deus, mas por resistência do coração humano.

Nos dias atuais, esse texto nos chama à responsabilidade. Não fomos enviados para agradar pessoas, adaptar a mensagem ou negociar a verdade. Fomos enviados para anunciar o caminho da salvação, mesmo quando isso confronta, incomoda ou exige arrependimento. Reter pecados, nesse sentido, não é condenar com dureza, mas não mentir em nome de uma falsa misericórdia.

Ao mesmo tempo, João 20:23 nos livra do peso de tentar ocupar o lugar de Deus. Não somos juízes das almas, somos embaixadores da graça. Nossa missão não é decidir quem merece perdão, mas apontar para aquele que perdoa todo aquele que se arrepende e crê. Onde há arrependimento sincero, a Igreja deve anunciar esperança, restauração e vida nova.

Assim, este texto nos convida ao equilíbrio: verdade sem crueldade e graça sem engano. Em um tempo de relativismo espiritual e discursos vazios, a Igreja é chamada a permanecer firme, proclamando que há perdão em Cristo, e somente n’Ele. Quem recebe essa mensagem encontra liberdade; quem a rejeita, infelizmente, permanece preso.

Que, nos dias de hoje, sejamos fiéis ao chamado de Jesus: anunciar o Evangelho com coragem, amor e clareza, confiando que é Deus quem perdoa, transforma e salva.

 

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Zelo religioso ou obediência a Cristo?


Vladimir Chaves


“Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus” João 16:2

O alerta de Jesus em João 16:2 soa hoje mais atual do que nunca. A perseguição que Ele anunciou não se limita a prisões ou mortes físicas; muitas vezes, ela se manifesta de forma silenciosa, disfarçada de “zelo espiritual”, “defesa da fé” ou “tradição religiosa”.

Ainda vemos pessoas sendo excluídas, difamadas e atacadas simplesmente por permanecerem fiéis às Escrituras. Em nome de Deus, muitos levantam palavras duras, cancelam, julgam e ferem, acreditando sinceramente que estão fazendo a coisa certa. O problema não está na intenção declarada, mas na ausência de um verdadeiro conhecimento do Pai.

A religião sem Cristo continua sendo um terreno fértil para o engano. Quando a fé se apoia mais em sistemas, líderes, datas, rituais ou tradições do que na Palavra, o coração se endurece. Nesse ambiente, o amor é substituído pelo orgulho, o discernimento pela intolerância e a verdade pela conveniência. O erro passa a ser combatido com ódio, e não com luz.

O mais perigoso é que muitos não se veem como perseguidores; consideram-se defensores da verdade. Assim como no passado, rejeitam a correção, resistem ao confronto bíblico e se fecham para o arrependimento. A expulsão da “sinagoga”, nos dias de hoje, pode significar ser afastado de círculos religiosos, rotulado, ignorado ou atacado publicamente por simplesmente permanecer fiel ao Evangelho.

Por isso, o chamado de Deus para este tempo é o mesmo revelado em Ezequiel 44:23: aprender a discernir entre o santo e o profano. Nem tudo o que usa o nome de Deus vem de Deus. Nem todo discurso religioso carrega o Espírito de Cristo. Onde não há amor, verdade e humildade, Cristo não está sendo refletido.

Jesus não prometeu aplausos, mas fidelidade. Ele não nos chamou para agradar sistemas, e sim para obedecer à Sua voz. Permanecer na verdade pode custar aceitação, mas jamais custará a presença de Deus. Que, nos dias atuais, não sejamos movidos por um zelo cego, mas por um coração quebrantado, que conhece o Pai, ama o Filho e anda na direção do Espírito.

Porque, no fim, agradar a Deus será sempre mais importante do que ser aceito pelos homens. Estejamos atentos e firmes na Palavra, pois nem toda ação feita “em nome de Deus” vem de Deus. Onde há a prática da verdadeira fé, há amor, verdade e justiça; não perseguição.

Como cristãos, somos chamados a discernir entre o zelo religioso e a obediência genuína à vontade de Cristo.

sábado, 13 de dezembro de 2025

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O que te impede de orar, te impede de crescer


Vladimir Chaves

“Quando tiveres removido tudo o que te impede de orar, terás removido tudo o que te impede de progredir.” — J. C. Pilgrim

Há coisas em nossa vida que não percebemos de imediato, mas que, aos poucos, vão levantando barreiras silenciosas dentro de nós. Pequenas distrações, preocupações desnecessárias, mágoas acumuladas e sentimentos que nunca entregamos a Deus começam a ocupar o espaço que deveria ser da oração, da paz e da presença do Senhor.

Orar não é apenas falar com Deus; é alinhar o coração, ajustar a rota e abrir espaço para que Ele conduza nossos passos. Quando algo nos impede de orar, quase sempre também nos impede de avançar. A falta de oração revela um coração pesado, noites mal dormidas, irritações sem motivo, ansiedade e angústias que insistem em ficar.

Por isso, remover o que atrapalha a oração é também retirar o que bloqueia o progresso da alma. Quando deixamos de lado o excesso, o barulho, os pesos e até mesmo as ilusões, descobrimos que orar se torna mais simples… e viver também.

O verdadeiro progresso não começa em grandes conquistas, mas em pequenos alinhamentos internos: um coração limpo, uma mente em paz, um espírito sensível à voz de Deus.

E quando a oração volta ao centro, tudo volta ao lugar.

Orar abre caminhos.

Orar clareia a jornada.

Orar fortalece os passos.

No fim, o progresso que tanto buscamos começa naquele momento silencioso em que escolhemos nos aproximar de Deus sem barreiras.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

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