Orçamento de 2025 ainda sem definição


Vladimir Chaves

Com quase dois meses de atraso, o projeto da Lei Orçamentária de 2025 continua sendo um ponto sensível na relação entre o Congresso Nacional e o governo. O projeto, que deveria ter sido votado e enviado à sanção presidencial até o dia 22 de dezembro do ano passado, está parado na Comissão Mista de Orçamento e permanecerá no colegiado até, pelo menos, a primeira quinzena de março. Isso porque os Três Poderes ainda não chegaram a um acordo sobre o pagamento das emendas parlamentares.

Nos últimos 20 anos, a Lei Orçamentária atrasou em três ocasiões: 2013, 2015 e 2021. Em todas elas, o texto foi enviado à sanção na penúltima semana de março, ou seja, uma semana antes do fim do mandato dos membros da CMO. A consequência do atraso recai sobre o governo, que fica autorizado a realizar somente as despesas consideradas essenciais ou obrigatórias, e sobre o Congresso, que não tem as emendas liberadas para as bases eleitorais dos parlamentares.

“A não votação do Orçamento já começa a afetar alguns setores dos municípios, principalmente aqueles que mais precisam e que têm despesas contínuas, como o setor da saúde”, afirmou o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Julio Arcoverde (PP-PI).

Isso acontece porque 50% do total das emendas individuais, que possuem o maior valor, devem ser obrigatoriamente destinadas à saúde.

No dia 27 de fevereiro, haverá uma audiência de conciliação entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. O ministro do STF, Flávio Dino, informou que quer saber em que estágio estão as medidas de transparência das emendas determinadas pela Corte, quais instituições estão monitorando e controlando a execução das emendas e detalhes técnicos sobre a divulgação de dados relacionados aos recursos.

Arcoverde (PP-PI) afirmou que aguardará o resultado dessa reunião para convocar um novo encontro da CMO, por entender que a decisão será decisiva para solucionar o impasse sobre as emendas parlamentares. Segundo o presidente, 70% do relatório sobre o projeto do Orçamento já está concluído, e ele reforça que os ajustes finais dependerão do desfecho das negociações entre os representantes dos Três Poderes.

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