Cortesia com chapéu alheio: Vereadores analisam “mimo” de R$ 300 mil para Treze e Campinense


Vladimir Chaves


O prefeito Bruno Cunha Lima (União) enviou a Câmara Municipal de Campina Grande, em caráter de urgência, projeto de lei que concede a graciosa quantia de R$ 300 mil, para as empresas de futebol Treze e Campinense.

Segundo o projeto a ser analisado e votado pelos vereadores da cidade em que falta o básico nos postos de saúde, a Prefeitura através da Secretaria de Esporte, Juventude e Laser, (secretária dirigida pelo primo do prefeito) desembolsará a quantia de R$ 150,00 para cada clube participante da primeira divisão do Estadual (Treze e Campinense), mais R$ 150,00 para os que alcançarem acesso a alguma divisão do Campeonato Brasileiro.

O ex-candidato a prefeito Arthur Bolinha (Novo), que apoiou o prefeito, no segundo turno das eleições de 2024, e que também preside uma das empresas de futebol comemorou o mimo a ser custeado pelos cofres públicos, afirmando que as pessoas precisam entender a “importância” dessa graciosa contribuição.

A Câmara Municipal deve apreciar o projeto na próxima terça-feira (18), resta saber quantos vereadores levará em conta que time de futebol é empresa privada e, portanto, tem que se manter com os seus próprios recursos, como faz a maioria absoluta dos empreendedores da cidade.

Que sentido faz desperdiçar dinheiro público com empresas privadas que não atendem aos interesses da coletividade? Muito mais numa cidade onde os contribuintes são humilhados em filas de hospitais e postos de saúde, uma cidade em que todos os serviços públicos funcionam de forma precária.

Dinheiro público não pode e nem deve custear empresas privadas, não é papel do poder público socorrer empresas historicamente mal administradas. Dinheiro público bem gerido e aplicado respeitando as prioridades da coletividade não termina em um “fundo perdido”. Dinheiro público são para outras finalidades, especialmente Saúde, Segurança e Educação.

Resta saber quantos vereadores irão concordar que dinheiro púbico não é para promover “cortesia com o chapéu alheio”.


Vladimir Chaves

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