O governo federal voltou a
permitir, no final do ano passado, a abertura de novos cursos de medicina pelo
país. Foi autorizada a abertura de até 95 novos cursos de medicina, com 5,7 mil
vagas, em 1.719 municípios do país. Hoje o Brasil conta com 390 cursos de
medicina ofertados por instituições de ensino superior, públicas e privadas.
São 42 mil vagas por ano. Só 18% são ofertadas por universidades federais,
cerca de 7 mil.
A abertura indiscriminada
de cursos e escolas de medicina tem preocupado a médica e conselheira do
Conselho Federal de Medicina (CFM) pela Paraíba, Annelise Meneguesso. Para ela,
é necessário controlar a qualidade da formação dos novos médicos frente ao
aumento exponencial e acelerado de cursos. “Estamos vendo muitos profissionais
que se formam sem qualificação necessária para prestar um bom atendimento à
população e isso é um risco. Por isso, defendemos que seja proibida a abertura
de novas escolas médicas”, destacou.
Em 2023, o Brasil de fato
chegou a inéditos 562.229 profissionais, mais que o dobro em relação ao
contingente de 2010, embora a população tenha crescido somente por volta de
27%. “Temos unidades formando profissionais sem ter nenhum hospital de base
para treiná-los e isso é muito arriscado para a população que vai ter que
depender desses futuros médicos”, frisou Annelise.
Annelise Meneguesso, que
está candidata ao cargo de conselheira federal titular, defende ainda, como
forma de melhorar a qualidade dos cursos de medicina no Brasil, a avaliação
objetiva de cada um, com fechamento das escolas que não preencherem os
critérios mínimos de funcionamento; o Exame de Proficiência dos estudantes de
Medicina; o Revalida como única forma de revalidação de diplomas médicos; e
ainda a qualidade e melhor remuneração das bolsas de Residência Médica.
Outro ponto destacado pela
médica é quanto à concentração de médicos nos grandes centros urbanos. Para
ela, é importante se buscar soluções que garantam uma melhor distribuição,
reduzindo a desigualdade geográfica no acesso aos profissionais.
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