Como todo partido de
extrema-esquerda, o PT é historicamente avesso ao livre mercado. Recentemente,
Gleisi Hoffmann, presidente do partido, deu o tom sobre nível ideológico da
companheirada ao compartilhar nas redes sociais uma série de pensamentos em
homenagem ao comunista Lênin e à ditadura soviética, a mais brutal da
história. Na prática, o desprezo pela
criação de riqueza dá lugar ao casamento entre obscuros interesses públicos e
privados. O petismo discursa como se o Muro de Berlim ainda estivesse de pé,
mas age com virulenta cobiça em relação ao capital privado alheio. O
capitalismo de compadrio é o jeitinho encontrado para desfrutarem ao máximo do
dinheiro dos outros. É o capitalismo dos companheiros. Infelizmente, não faltam
parceiros dispostos a compor esse consórcio que dilapida recursos públicos.
Apesar da fachada de
hostilidade em relação à riqueza, há um aspecto do capitalismo que o Partido
dos Trabalhadores aprendeu a gostar: o dinheiro de grandes empresários.
Incapazes de colocarem em prática a sonhada socialização dos meios de produção,
que estava nas origens do partido, o PT mudou de estratégia, atuando
pragmaticamente para perpetuar-se no poder. Desde o primeiro governo Lula, se
alia a um seleto grupo de capitalistas, que apoiam o partido em troca de
benefícios e privilégios. O capitalismo de compadrio, que não foi concebido no
país, foi reinterpretado na lógica petista com a invenção do capitalismo dos
companheiros.
A política dos “campeões
nacionais” foi a principal expressão dessa mudança. Pela primeira vez no
comando do governo federal, o PT rapidamente entendeu que era muito mais fácil
– e lucrativo – associar-se a um grupo
de empresários do que combatê-los. A partir do final do segundo mandato de
Lula, e ao longo do governo Dilma, o PT se utilizou dos bancos públicos,
principalmente do BNDES, para conceder financiamentos e subsídios a grandes
empresas em setores “estratégicos”. Sabe-se que de estratégicos nada tinham,
senão a estratégia de manter um partido no poder por meio do “toma lá dá cá”.
Estima-se que, entre 2007 e 2016, o BNDES tenha desembolsado aproximadamente R$
400 bilhões em financiamentos com taxas de juro subsidiadas para as campeãs
nacionais.
Todas as análises
econômicas dão conta da absoluta tragédia aos cofres públicos causada pela
política das “campeãs nacionais”. Calotes, prejuízos, corrupção, falta de
transparência, enfim, todo o elenco de maldades para encher o bolso de uns
poucos e socializar as perdas com os brasileiros.
Dentre os maiores
beneficiados, desde sempre, estão os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da
JBS. Até 2006, sua empresa não figurava entre as 100 maiores do país. A partir
de 2007, com o apoio do BNDES às “campeãs nacionais”, o crescimento foi
vertiginoso. E o governo não contentou-se em emprestar 2 bilhões de reais aos
irmãos. Outros 8 bilhões foram investidos na compra de ações da empresa. Sim, o
governo tornou-se sócio do negócio.
Uma bondade deste tamanho
não vem de graça. Em delação premiada, em 2017, Joesley Batista relatou ao
Ministério Público que transferiu 150 milhões de dólares para contas no
exterior beneficiando as campanhas de Lula e Dilma. É assim que opera o
capitalismo dos companheiros: um toma-lá-dá-cá descarado, em que uma empresa
cresce e lucra e um partido se mantém no poder.
Com os mesmos nomes de
volta ao poder, a história se repete. A Âmbar, empresa do setor de energia dos
irmãos Batista, comprou 12 usinas termelétricas da Eletrobrás. Ninguém no
mercado entendeu o negócio, visto que estas usinas tinham dívidas na casa dos
R$ 9 bilhões de reais, que deveriam ser assumidas pelos compradores. 3 dias
depois, tudo fez sentido: uma Medida Provisória do governo Lula repassou essa
dívida à conta de luz de todos os brasileiros, a ser paga pelos próximos 15
anos. Mais uma vez, os amigos do rei saem ganhando. Mais uma vez, o ganho deles
é prejuízo para o povo.
O NOVO sempre combateu
essa forma nefasta de enriquecimento. Um requerimento do NOVO no Congresso
mostrou que o presidente da Âmbar se reuniu 17 vezes com o Ministro de Minas e
Energia antes da edição da MP que beneficiava a empresa. Também convocamos o Ministro
a dar explicações sobre o caso.
Fonte: Editorial do NOVO
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