A grave crise humanitária está
longe de acabar no território Yanomami, nada mudou desde o início da operação
lançada pelo governo Lula há cerca de um ano.
A Terra Indígena Yanomami
(TIY) é a maior Terra Indígena do país, localizada na Amazônia, com porções em
Roraima e no Amazonas, e é morada de cerca de 30.000 Yanomami, Ye’kwana e
indígenas isolados.
Garimpeiros estão retornando
aos montes, e o cenário de destruição e violência é uma realidade diária na
TIY. A situação da saúde tornou-se extremamente grave, crianças e adultos
indígenas estão morrendo de malária, desnutrição e doenças respiratórias.
Os casos de síndrome
gripal aumentaram exponencialmente no primeiro ano do governo Lula, saindo de
3.203 em 2022 para 20.524 em 2023 - um aumento de 640% no primeiro ano do
governo petista.
Foram 308 mortes de
indígenas (contabilizadas de janeiro a novembro de 2023), a maioria de crianças
de até 5 anos.
Um recente relatório da
Corte Interamericana de Direitos Humanos também denunciou a situação,
mencionando que, dentro do territóriomuitos garimpos ilegais continuam ativos,
além disso, nove Unidades Básicas de Saúde Indígena estão completamente abandonadas
pelo governo federal e o acesso à água potável é quase inexistente.
Dario Kopenawa Yanomami,
vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, denuncia que: “Mesmo com o
decreto de emergência, o governo não conseguiu resolver a situação. Os
garimpeiros continuam na terra Yanomami. E hoje o garimpo é mais pesado do que
na década de 80 e 90: existe um garimpo que são de facções, do crime
organizado, do PCC e do Comando Vermelho na terra Yanomami. Essa é uma situação
muito, muito grave, uma situação muito vulnerável para os Yanomami. Nós vamos
continuar a lutar e continuar criticando o governo federal e estadual.”
Fiona Watson, Diretora de
Pesquisa e Campanhas da Survival International, comentou: “Se isso continuar,
mais centenas de Yanomami morrerão e suas terras se tornarão inabitáveis. É absolutamente
vital que as novas medidas sejam colocadas em prática imediatamente, como parte
de uma operação contínua e abrangente para remover permanentemente os
garimpeiros e fornecer os cuidados de saúde intensivos que são tão
necessários."
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