A revolução social do agro


Vladimir Chaves



Muitos brasileiros de esquerda, entre eles o presidente Lula, repetem que a redução da pobreza e da desigualdade depende da mão pesada do Estado. Desse ponto de vista, só seremos um país mais rico e igualitário se o governo cobrar mais impostos, conceder mais benefícios sociais, criar fundos de desenvolvimento regional e investir mais em sistemas estatais de educação.

O agronegócio vem mostrando ao Brasil outro caminho para a revolução de indicadores sociais. Não é um caminho novo ou recém-construído, mas um já bastante conhecido por economistas e trilhado por nações ocidentais: o do bom e velho crescimento da produtividade e da economia.

Por onde se espalha, o agronegócio brasileiros vem criando empregos, diminuindo a desigualdade, engrossando a classe média e atraindo migrantes em busca de uma vida melhor.

Essa revolução social é mais visível no Centro-Oeste. Entre 1986 e 2022, enquanto a economia brasileira cresceu em média 108%, a do Mato Grosso cresceu 780%, a do Mato Grosso do Sul, 307%, e a de Goiás, 188%. O boom econômico criou cidades prósperas onde antes não havia nada, atraiu construtoras, diminuiu a pobreza e fez o orçamento de prefeituras e estados se multiplicar sem que fosse necessário aumentar alíquotas.

O Centro-Oeste já é a segunda com menor desigualdade de renda do Brasil. Seu índice de Gini encostaria no da região Sul não fosse pelo Distrito Federal, onde os altos salários da elite do funcionalismo público puxam a desigualdade para cima.

Apesar de ter apenas 5% dos beneficiários do Bolsa Família, o Centro-Oeste vem erradicando a pobreza de forma impressionante. Em 2022, dos quatro estados que mais reduziram a extrema-pobreza, três são dali: Mato Grosso (redução de 23% em apenas um ano), Mato Grosso do Sul e Goiás (ambos com 28%). O quarto da lista é da região Norte, Rondônia, que também é beneficiado pelo agro.

Enquanto isso, a pobreza persiste no Nordeste, que tem 47% dos beneficiários do Bolsa Família. Estados como Paraíba, Piauí e Ceará estão entre os que menos reduziram a pobreza, de acordo com a mais recente Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.

Mas a onda de prosperidade do agro, que décadas atrás enriqueceu o Sul, também está chegando ao Nordeste. Na região conhecida como Matopiba (leste de Tocantins, sul do Piauí e Maranhão e oeste da Bahia) a produção de soja e algodão vem criando bolhas de riqueza.

Outro mito da esquerda que o agro derruba é o de que um país, para enriquecer, precisa parar de exportar produtos agrícolas para privilegiar o crescimento da indústria. Na verdade, um país precisa aumentar a produtividade em todas as áreas – seja na indústria quanto na produção agrícola ou extração de matérias-primas.

É o exemplo de Rio Verde, uma das cidades mais prósperas de Goiás, polo da produção de soja. As exportações só desse município somaram 4,5 bilhões de dólares no ano passado. Esse valor é quase o dobro as exportações do estado do Ceará no mesmo ano (2,3 bilhões de dólares).

A revolução social do agro brasileiro poderia ter sido maior se o Estado atrapalhasse menos: se construísse estradas ou deixasse a iniciativa privada construir ferrovias, se ao menos fornecesse um serviço confiável de energia elétrica para essas regiões, onde apagões ainda hoje são constantes.

A revolução de indicadores sociais causada pelo agro mostra que a prosperidade, a prosperidade de verdade, não virá das mãos dos políticos. Será um resultado da liberdade econômica.

Editorial do partido NOVO

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