Os pequenos negócios geram
renda em torno de R$ 420 bilhões por ano, o equivalente a cerca de um terço do
Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) brasileiro. A
estimativa consta do Atlas dos Pequenos Negócios, lançado pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que está completa 50
anos.
Segundo o levantamento
inédito, os negócios de menor porte injetam R$ 35 bilhões por mês na economia
brasileira. A pesquisa analisou a participação na economia de microempresas,
pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEI).
De acordo com a
publicação, os MEI geram R$ 11 bilhões todos os meses, o que significa R$ 140
bilhões por ano. As micro e pequenas empresas geram mensalmente R$ 23 bilhões,
movimentando R$ 280 bilhões por ano.
Atualmente, os negócios de
menor porte correspondem a 30% do PIB. Segundo o presidente do Sebrae, Carlos
Melles, a participação poderá chegar a 40% do PIB, caso o país cresça 3% ao ano
nos próximos anos. “Em países desenvolvidos, a participação dos pequenos
negócios no PIB fica em torno de 40% a 50%. Se em 10 anos conseguirmos promover
esse crescimento, toda a economia sai beneficiada, graças ao poder que as MPE
[micro e pequenas empresas] têm de gerar renda e empregos”, avaliou.
A pesquisa constatou que,
de 15,3 milhões de donos de pequenos negócios em atividade no Brasil, 11,5
milhões dependem exclusivamente da atividade empresarial para sobreviver. Em
relação aos MEI, a proporção chega a 78%, o que equivale a cerca de 6,7 milhões
de pessoas. Entre os donos de micro e pequenas empresas, 71% têm no negócio de
pequeno porte a principal fonte de renda, o que representa cerca de 4,7 milhões
de pessoas.
Crescimento
De 2012 a 2021, o número
de trabalhadores por conta própria no Brasil cresceu 26%, passando de 20,5
milhões para 25,9 milhões. No mesmo período, o número de formalizações entre os
MEI passou de 2,6 milhões para 11,3 milhões, alta de 323%. Isso significa
crescimento mais de 12 vezes maior entre os microempreendedores individuais,
comparado com os donos de negócios que não se formalizaram.
Segundo a pesquisa do
Sebrae, 28% dos MEI atuavam fora do mercado formal ao adotar o regime especial
de pagamento de imposto. Desse total, 13% tinham como ocupação principal o
empreendedorismo informal e 15% atuavam como empregados sem carteira assinada.
A proporção de informais vem caindo ao longo do tempo. Cerca de 2,5 milhões de
pessoas foram retiradas da informalidade (28% de 8,7 milhões de
microempreendedores individuais em atividade), por causa do registro do MEI.
Em relação às micro e
pequenas empresas, 13% dos empreendedores eram informais antes da abertura do
negócio. Desse total, 6% exerciam a atividade como empreendedores informais e
7% eram empregados sem carteira assinada.
Regiões e estados
O Atlas dos Pequenos
Negócios também revelou peculiaridades entre regiões e estados. O Norte tem uma
das maiores proporções de jovens e negros à frente de um negócio. No Nordeste,
Sergipe é um dos estados com a maior proporção de empreendedores. No
Centro-Oeste, o Distrito Federal tem uma das maiores proporções de donos de
negócios com ensino superior.
O Sul é a região com a
maior proporção de empreendedores que contribuem para a Previdência Social. O
Sudeste tem o maior número de pequenos negócios, com três estados – São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro – concentrando 40% dos donos de empresas de
pequeno porte no Brasil.
Em relação aos estados,
Rio de Janeiro, Alagoas, Paraíba e Sergipe têm as maiores participações de
microempreendedores individuais entre os empreendimentos abertos. Maranhão,
Amapá, Paraná e Piauí têm a maior proporção de microempresas na abertura de
negócios. Na abertura de empresas de pequeno porte, lideram Mato Grosso, Pará,
Amazonas e Amapá.
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