Para o ministro da Defesa,
Paulo Sérgio Nogueira, uma eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
nas eleições de outubro “será o desastre e a ruína moral da nação e de suas
instituições”. A convicção foi compartilhada na noite deste sábado (9), via
WhatsApp, por meio de um artigo de um general da reserva. A informação é do
jornal O Globo.
O artigo compartilhado por
Nogueira diz que Lula “representa o que são antivalores” para as Forças
Armadas.
Após condenado por
unanimidade em três instâncias da justiça e descondenado com base em questões
formais de discutível legitimidade, criou-se uma situação de extremo embaraço
para as FA (Forças Armadas). Como promover o culto a valores morais, cívicos e
éticos, ao mesmo tempo em que se submeteriam e prestariam honras militares a um
comandante supremo com o histórico de Lula? Quais os reflexos na coesão,
disciplina, autorrespeito e autoestima nas FA? – questiona o artigo.
Citando uma declaração do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, que disse no mês
passado que “ninguém pode esquecer” que houve corrupção no Brasil, o editorial
avança e enfatiza que o Brasil é uma “pseudodemocracia”.
Caso a Nação o eleja
[Lula] em 2022, o Brasil passará um atestado de indigência moral, ferindo de
morte o seu futuro. Injustificável a adesão ou a leniência de segmentos da
sociedade, inclusive de grande parte da mídia e de empresários, aos desígnios
de um político inconfiável como Lula. Na realidade, as instituições não
funcionam e, por isso, o Brasil é uma pseudodemocracia – acrescenta.
Apesar do compartilhamento,
o texto não é assinado por Nogueira, mas sim pelo general da reserva Luiz
Eduardo Rocha Paiva, ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército. Paiva também é o diretor de geopolítica e conflitos do Instituto
Sagres, que é composto por militares da reserva.
O título do artigo é Lula presidente – Ruína moral da nação e das instituições. O autor também publicou o texto em sua página do Facebook.
Questionado sobre a
mensagem, o ministro da Defesa respondeu que “o texto é muito bom” e que o
autor “é uma das maiores inteligências da história do Exército”.
Recentemente, Nogueira
disse na Câmara dos Deputados que duvidava do sistema eleitoral. Porém,
ressaltou que “nenhum sistema é inviolável” e que as Forças Armadas estavam
quietinhas no seu canto “quando foram chamadas pelo TSE para participar de uma
comissão técnica para melhorar a segurança e a transparência nas eleições”.
Durante uma reunião
ministerial do Planalto, o ministro também reclamou que o TSE até hoje não
atendeu seu pedido para uma reunião específica dos militares com a Corte.
Afirmou ainda que irá tentar impor um cronograma para que o TSE atenda às
sugestões dos militares para o sistema eletrônico de votação.
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