A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) confirmou, hoje (27), que as operadoras poderão
ativar suas redes de internet móvel 5G em Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa
a partir desta sexta-feira (29).
A data foi definida pelo
Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de
Interferência (Gaispi) na faixa de 3.625 a 3.700 MHz, em reunião esta manhã. O
grupo é composto por representantes da Anatel, do Ministério das Comunicações e
de empresas, incluindo as de radiodifusão afetadas pelo projeto.
As três capitais se somam
a Brasília, onde o 5G foi ativado em 6 de julho. Desde então, segundo os
conselheiros da Anatel, na capital federal a cobertura vem sendo expandida
rapidamente, com a otimização da rede seguindo o cronograma que estabelece os
prazos máximos para que as empresas instalem novas estações. Assim como em
Brasília, a área atendida nas outras três localidades já autorizadas será ampliada
pouco a pouco.
“Também é importante o
usuário contatar sua operadora para saber se seu aparelho está apto a receber o
sinal ou se será necessário trocar o chip ou fazer alguma outra mudança”,
recomendou o presidente do Gaispi, Moisés Moreira.
Prorrogação
O Gaispi voltará a se
reunir no dia 10 de agosto, quando os conselheiros avaliarão a liberação do
sinal do 5G em outras capitais. Inicialmente, o edital do leilão 5G previa que
a infraestrutura necessária à ativação do sinal deveria ocorrer até 31 de
julho, em todas as capitais, mas o próprio Gaispi pediu à Anatel que o prazo
fosse prorrogado por 60 dias a fim de contornar problemas logísticos que
atrasaram a entrega de equipamentos importados da China.
Apesar da prorrogação do
prazo inicial, o presidente do Gaispi se mantém otimista. Segundo Moreira, a
expectativa é que o sinal esteja ativo em todas as demais capitais até o fim de
agosto.
Na avaliação do Gaispi,
tanto em Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa, quanto em Brasília, foram
atendidos os requisitos mínimos necessários à liberação da faixa de 3,5 GHz,
como a realização de testes preliminares para identificar e sanar a
possibilidade do sinal do 5G afetar a recepção das antenas parabólicas domésticas
ou mesmo sistemas profissionais, tais como sinais por satélite emitidos em
frequências adjacentes.
“São feitos testes durante
os quais o sinal é ligado por algum tempo para avaliar a efetividade dos
filtros instalados [pela Entidade Administradora da Faixa (EAF), da própria
Anatel]. Isso já foi feito nas quatro capitais [onde o sinal já foi ativado], a
título experimental, e estamos avaliando se será necessário monitorar a
possibilidade de interferências por mais algum tempo”, explicou Alex Pires de
Azevedo, do grupo técnico de Desocupação do 3,5 GHz e Mitigação de
Interferência do Gaispi. Ele disse que para o início das operações é necessário
“limpar” as faixas de espectro do 5G atualmente ocupadas por serviços de
satélites.
Para contornar possíveis
interferências causadas a parte dos cidadãos que utilizam antenas parabólicas
da chamada Banda C, a Entidade Administradora da Faixa (EAF) da Anatel criou um
programa para distribuir, gratuitamente, às famílias carentes das capitais
brasileiras e que estão registradas no Cadastro Único para Programas Sociais do
governo federal, kits contendo novas antenas digitais, conversores e cabos. O
pedido do kit e de instalação dos aparelhos pode ser feito por meio do site do
Programa de Distribuição de Kits, criado pela EFA.
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