Ao longo dos anos, a produtividade agropecuária brasileira tem avançado aliada à sustentabilidade ambiental. Essa fórmula contribui para que o país se destaque como protagonista na construção da economia de baixo carbono. As constatações estão na publicação Indicadores de Produtividade e Sustentabilidade do Setor Agropecuário Brasileiro, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“O Brasil se destaca como um dos líderes e protagonista na construção de uma economia de baixo carbono. Com base nos indicadores analisados, foi possível verificar a contribuição nacional e o esforço brasileiro na produção sustentável. Não há dúvida de que o Brasil é exemplo a se destacar no contexto internacional em termos da produção agropecuária com sustentabilidade produtiva”, registra o estudo do Ipea.
A economia de baixo
carbono é um sistema que fomenta o uso racional de recursos naturais na busca
de ter o menor impacto possível no meio ambiente, reduzindo ou eliminando a
emissão de gases de efeito estufa. A redução das emissões desses gases está
prevista em metas assumidas pelo Brasil em acordos internacionais.
De acordo com o estudo, o
Brasil vem aumentando continuamente sua produtividade agropecuária e, ao mesmo
tempo, conseguindo se destacar na economia de baixo carbono e preservar, em
razão da melhoria dos índices de eficiência técnica produtiva no setor.
A produção agropecuária
brasileira por unidade de emissão de gases efeito estufa também vem crescendo
ao longo das últimas duas décadas, segundo o estudo. Ou seja, a produção
aumenta ao passo que diminui a emissão de gás carbônico na atmosfera.
O texto cita ainda que o
país é um dos poucos no mundo que implementaram regras mais rígidas no uso da
terra e em áreas de preservação. “A legislação brasileira tem potencial de
impulsionar o uso eficiente dos recursos produtivos e se tornar um instrumento
efetivo na sustentabilidade ambiental”.
A publicação do Ipea
registra que a expansão da área de produção agropecuária com tecnologias e
práticas sustentáveis atingiu 154% da meta fixada no Plano Setorial de
Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação da Economia
de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC). O Plano é uma política
pública composta por programas com ações a serem realizadas para a adoção das
tecnologias de produção sustentáveis.
A meta de mitigação da
emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, um dos causadores do efeito
estufa, também foi superada e atingiu o equivalente a 113%.
As ações do Plano ABC
envolvem a adoção de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta, a
incorporação do sistema de plantio direto, a fixação biológica de nitrogênio, a
expansão da área de florestas plantadas, bem como o tratamento de dejetos
animais.
Preservação de florestas
A publicação do Ipea traz
outro dado que demostra o compromisso do país com o desenvolvimento
sustentável. É o da preservação de florestas nativas. De acordo com o texto, o
Brasil é o país que conseguiu preservar a maior extensão de matas nativas
dentro de seu território, cerca de 57,2% ou praticamente toda a sua área
destinada a florestas. No que se refere às florestas plantadas, o Brasil ainda
contribui com 1,3% de seu território.
“Os números mostram que o
Brasil, até o presente momento, tem preservado área substancial com matas
nativas, mesmo com o forte crescimento agropecuário e, relativamente, com baixo
uso de terras destinadas à produção agropecuária, seja com pastagens, seja com
áreas agrícolas”, registra a publicação.
De acordo com o estudo do
Ipea, em termos específicos, a recuperação de pastagens e o tratamento de
dejetos animais são gargalos que ainda persistem na caminhada do Brasil para
uma agricultura de baixo carbono.
A publicação do Ipea tem
por objetivo fazer uma síntese do quadro produtivo do setor agropecuário
brasileiro nos últimos 15 anos. O estudo é de autoria do pesquisador da
Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais, José
Eustáquio Ribeiro Vieira Filho.
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